icon search
icon search
home icon Home > cotidiano
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

COTIDIANO

Detentos comandam 'rede de execuções' em cidades da Paraíba

Investigações iniciais apontam que a ‘rede criminosa’ já tenha ordenado cerca de 80% das execuções registradas este ano em João Pessoa, Campina e Patos.

Publicado em 31/12/2009 às 10:15

João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba

Em uma ação silenciosa, detentos de presídios de João Pessoa, Campina Grande e da cidade de Patos, no Sertão do Estado, têm coordenado uma ‘Rede de Execuções’ de ex-presidiários, albergados e pessoas ligadas ao tráfico de drogas no Estado.

As ações, que na maioria das vezes ocorrem nas periferias dos três municípios já estão sendo investigadas pela Polícia Federal (PF) e pelo Grupo de Operações Especiais (GOE-PB) da Secretaria de Segurança Pública da Paraíba. As investigações iniciais apontam que a ‘rede criminosa’ já tenha ordenado cerca de 80% das execuções registradas este ano nas três cidades.

Preocupado com os efeitos dessas organizações criminosas, o Ministério Público do Estado (MPE) já colocou como meta prioritária para o próximo ano o combate a esses crimes. As suspeitas da polícia, inclusive, são de que os apenados estejam recebendo ordens e mantendo ligações até mesmo com organizações criminosas enraizadas em outros Estados e que têm atuação no Brasil inteiro.

Este ano, apenas em Campina Grande, foram registrados 136 assassinatos. Na cidade de Patos, 53 pessoas foram mortas e na capital do Estado esse número ainda é mais alarmante, e chega próximo dos 300 homicídios.

Drogas

Para a polícia, a maior parte desses crimes teve como pano de fundo a comercialização de drogas e o desejo dos chefes do tráfico que estão presos de manterem o domínio nas zonas periféricas das cidades.

O coordenador do GOE/PB, delegado Walber Virgolino, revelou que alguns dos integrantes da organização criminosa estão sendo monitorados e já foram encontrados indícios de relação entre as ordens dadas de dentro dos presídios do Serrotão, em Campina Grande; do PB1 em João Pessoa e do Presídio Regional de Patos com as execuções.

“Há bastante tempo nós estamos monitorando esse pessoal, de uma forma integrada com Polícia Federal e com a Secretaria de Segurança Pública. As ordens enviadas tanto são para mortes, como para a prática de assaltos e de tráfico de drogas. A maioria das vítimas são pessoas que saem dos presídios devendo ao tráfico, ou têm algum tipo de envolvimento”, explicou o delegado.

Em grande parte das ações os criminosos agem em motos e não deixam rastros para as autoridades policiais. Ele ainda ressaltou, entretanto, as dificuldades em apurar os crimes que contam muitas vezes com a colaboração de agentes públicos. “É preciso combater de forma integrada e nós queremos aprimorar ainda mais para o próximo ano nosso setor de inteligência. Inclusive em Patos já há um delegado especialmente designado para investigar isso naquela região, Cristiano Jacques. Mas é necessário também se combater a corrupção dentro dos presídios, na entrada de celulares e de droga”, defendeu Walber Virgolino.

Medo

Presos albergados do regime semiaberto de Campina Grande, que pediram para ter os nomes preservados, já relataram ao Jornal da Paraíba o medo de terem de conviver com colegas que servem como ‘mulas’ e ‘teleguiados’ para apenados que cumprem pena em regime fechado nas penitenciárias da cidade. Segundo eles, muitos deles quando desobedecem às ordens são executados a sangue frio pelos ‘homens da moto preta’.

No mês de setembro deste ano, por exemplo, o albergado Gustavo Melo Bezerra, de 23 anos, foi morto a tiros de pistola quando chegava à penitenciária. Segundo a polícia, o crime teria sido encomendado e executado por um outro preso. Em troca, o acusado teria recebido entorpecentes.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp