COTIDIANO
Dilma evita discutir direitos humanos
Visita oficial da presidenta à ilha caribenha vem sendo cercada de expectativa sobre seu posicionamento em relação às liberdades individuais
Publicado em 01/02/2012 às 8:00
A presidente Dilma Rousseff também disse ontem na capital cubana, Havana, que sua posição é a de defender os direitos humanos de maneira global e não tratar dos assuntos ligados a violações específicas atribuídas a Cuba. "O mundo precisa se comprometer em geral. Não é possível fazer da política de direitos humanos só uma arma de interesse político e ideológico. O mundo precisa se convencer que é algo que todos os países do mundo têm de se responsabilizar", disse a presidente.
A visita oficial da presidenta brasileira à ilha caribenha vem sendo cercada de expectativa sobre seu posicionamento em relação às liberdades individuais, principalmente por parte de dissidentes do regime comunista no país. Dilma sinalizou que não tratará desse assunto com as autoridades locais, dizendo que o Brasil, em matéria de direitos humanos, também tem "telhado de vidro". "Quem atira a primeira pedra tem telhado de vidro. Nós, no Brasil, temos os nossos", alertou a presidente. "Eu concordo em falar de direitos humanos dentro de uma perspectiva multilateral. Acho que esse é um compromisso de todos os povos civilizados”, destacou.
Anteontem, dissidentes cubanos chegaram a dizer que não esperavam que a presidenta fosse interceder junto ao governo de Cuba sobre as questões relativas à liberdade de expressão.
O posicionamento de Dilma diante do tema, no entanto, vem sendo esperado pela blogueira cubana Yoani Sanchez, que enviou uma carta à presidenta pedindo sua interferência para que ela consiga autorização do governo cubano para deixar o país e viajar ao Brasil. Dilma, no entanto, deixou claro que a ação do Brasil se limitará à concessão de visto de turista. "Os demais passos não são da competência do Brasil", disse.
Dilma também mencionou um dos pontos em que os Estados Unidos são mais criticados nesse quesito: a prisão de Guantánamo, base naval localizada em território cubano. Lá, 171 supostos terroristas são mantidos num limbo jurídico.
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