COTIDIANO
Diretor do Presídio do Roger suspende visitas e clima fica tenso
Depois de um detento aparecer morto, diretor do presídio suspende visitas por um mês. Clima é tenso, familiares protestam e 75 policiais reforçam a segurança no local.
Publicado em 05/07/2009 às 13:10
Phelipe Caldas
Confusão no Presídio do Roger. Depois do assassinato de um preso na manhã da última quarta-feira (1º), a primeira morte registrada no local depois de um ano e 29 dias, o diretor Dinamérico Cardim resolveu punir os presidiários e proibiu por um mês as visitas dos familiares.
Como neste domingo (5) seria o primeiro dia de visitas desde a suspensão, o resultado foi uma multidão de esposas, mães e filhos de detentos em frente ao presídio provocando uma série de tumultos do lado de fora.
Do lado de dentro, o clima é igualmente tenso, já que os presos também não aprovaram a proibição de receber visitas. Boatos de que uma rebelião poderia estourar no presídio se espalharam, mas até agora não foi registrado nenhuma ação mais enérgica por parte dos presos.
Como precaução, a diretoria do Roger pediu reforços. Estão no presídio 50 homens da tropa de choque e 25 homens do Grupo de Intervenção Penitenciário, equipe especializada em conter protestos e rebeliões nos presídios paraibanos.
Os parentes dos presos denunciam que eles estão apanhando e sendo torturados do lado de dentro e que estariam passando por situações subumanas. Esposas de presos, inclusive, prometem ficar em vigília ao longo de todo o dia e ameaçam apedrejar o presídio caso ouçam tiros vindos do lado de dentro.
A diretoria do presídio nega qualquer tipo de violência ou irregularidades e diz que a medida tem caráter disciplinar.
O detento morto na última quarta-feira (1º) foi identificado como sendo Josemar Benício dos Santos Júnior. Ele estava preso há apenas 12 dias por tráfico de drogas e foi assassinado a facadas na abertura dos pavilhões do presídio do Roger, quando se daria início a visita de familiares.
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