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COTIDIANO

Divulgada lista de empresários e servidores acusados de fraudes

Delegado libera identificação de acusados de integrar rede de fraudes em habilitações. Veja lista completa de servidores do Detran, donos e funcionários de autoescola presos.

Publicado em 16/06/2010 às 10:04

Karoline Zilah
Com informações de Inaê Teles

O delegado Wagner Dorta, que preside o inquérito sobre uma rede de fraudes na emissão de carteiras de motorista na Paraíba, divulgou na manhã desta quarta-feira (16) a relação completa contendo os nomes dos 35 presos durante a Operação Espelho de Prata. Dos 41 mandados de prisão expedidos, seis ainda estão em aberto.

Entre os acusados de participação no esquema, estão servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) (alguns efetivos, outros já devolvidos às suas secretarias de origem no Estado), proprietários de autoescola e agenciadores, que intermediavam as negociações com os compradores dos documentos.

Servidores do Detran:

- Andrea Cláudia dos Santos Silva (já devolvida à Prefeitura de Alhandra)
- Jimena Lacerda Cavalcanti (médica credenciada cujo contrato está sendo cancelado, segundo o Detran)
- Fernando Luiz Fernandes Galvão (quadro efetivo)
- Irenaldo da Silva ( funcionário da Secretaria da Administração Penitenciária, que já havia sido devolvido há 2 meses)
- Marcíola Santana Moreira de Lacerda (quadro efetivo - demitida no ano passado e reintegrada por decisão judicial)
- Maria do Socorro Camelo de Sá (quadro efetivo)
- Saulo Freire de Araújo (médico credenciado cujo contrato será cancelado)
- Zulmira Andréia P. Mindello (cargo comissionado- já exonerada)
- Josinalva Guedes da Costa (quadro efetivo)
- Marcílio Guimarães da Silva (quadro efetivo)
- Lindemberg Morais de Santana Filho (quadro efetivo - demitido em 2009 e reintegrado por decisão judicial)

Donos e funcionários de autoescolas, que trabalhavam como despachantes:

Marilene Bezerra de Almeida
Jonas Evangelista do Rosário
Jefferson de Almeida Soares
Betânia Bezerra de Almeida
Niedgena Santos da Silva
Naélia Lira de Oliveira
Pedro Aurélio Cavalcante Melo Júnior
Tiago Ribeiro da Silva
Frankle Tomás Rodrigues da Silva
Elton Jonas Rodrigues Bezerra
Josué Gustavo da Silva
Angélia Maria do Rego Barros
João Cândido dos Santos Neto
Marlene Rodrigues Medeiros
Edilberto Nunes Pereira
Isabel Cristina Noronha Monteiro
Isaías Alves da Silva
Ana Paula Paulino de Sousa
Lamartine Silva do Nascimento
Francelene Rodrigues Ferreira da Silva
Ian Monteiro da Silva

Detidos no Ceará:

Francisco Auritano Nogueira
Raimundo de Lima Pereira
Ronaldo de Alcântara

Centros de Formação de Condutores (CFCs, ou autoescolas) envolvidos:

Millenium (Itabaiana)
Millenium (Alhandra)
Liderança (João Pessoa)
Globo (João Pessoa)
Ideal (Sapé)
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Pombal)
Borges (Rio Tinto)
Sinal Verde (Campina Grande)
Point (Campina Grande)
Frei Damião (Guarabira)
Princesa Isabel (Princesa Isabel)

A ex-funcionária do Detran Tereza Cristina Mororó Melo chegou a ser citada entre os acusados, mas é considerada foragida. Também há mandado de prisão expedido contra ela, que foi demitida do órgão em maio do ano passado, por suspeitas de facilitar a aprovação de candidatos inaptos à obtenção de habilitações.

Prisões

De acordo com o delegado Wagner Dorta o maior número prisões aconteceu nas autoescolas Millenium e Liderança, que são de um mesmo proprietário. No total, nove pessoas foram detidas. “O dono, Jonas Evangelista do Rosário, e o filho, Jefferson de Almeida Soares, estavam com armas no momento da prisão”, explicou. Os nove primeiros nomes da lista dos proprietários e funcionários destas autoescolas.

Ainda segundo o delegado, alguns dos detidos admitiram participação no crime e explicaram como funcionava o esquema. Outros negaram qualquer envolvimento. Ele declarou que poderá solicitar a prorrogação de algumas prisões preventivas, caso as considere fundamentais para o andamento das investigações.

Carteiras custavam entre R$ 400 e R$ 1,5 mil

As investigações iniciadas em outubro de 2009 demonstraram que cerca de 50 mil carteiras de habilitação teriam sido expedidas de forma irregular na Paraíba em cinco anos. Os documentos não era falsificados, mas fraudulentos. As carteiras, que custavam entre R$ 400 e R$ 1,5 mil, seriam emitidas sem que os compradores fizessem as provas teóricas e práticas. Em alguns casos, o documento era encomendado por telefone e enviado por Sedex para outros Estados, como Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Punições

O Detran e o Ministério Público Estadual garantiram que as carteiras provenientes da rede criminosa serão anuladas. Os órgãos terão como base um banco de dados atualizado em um software da Polícia Civil durante as investigações.

As autoescolas e os servidores do Detran também deverão ser punidos. As empresas poderão ser descredenciadas, perdendo o direito de atuarem, e os funcionários do órgão estadual podem responder criminalmente por corrupção de agente público, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

Atualizada às 13h35

Imagem

Jornal da Paraíba

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