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COTIDIANO

Edu Lobo nadou contra a corrente e fugiu do sucesso!

Publicado em 01/08/2017 às 6:46 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:44

Edu Lobo se projetou na época dos festivais. Era um vencedor com músicas como Arrastão e Ponteio. Na segunda metade da década de 1960, poderia ter se transformado num artista tão popular quanto alguns dos seus contemporâneos. Mas não era este o seu desejo e não foi esta a sua opção.


				
					Edu Lobo nadou contra a corrente e fugiu do sucesso!

Nadou contra a corrente, contrariou as regras do mercado de música popular, trocou o Brasil pelos Estados Unidos e foi estudar composição, arranjo, regência. Quando voltou, já estava à margem do sucesso e não mais o procurou. Aprimorou seu repertório autoral, escreveu arranjos como os de Calabar, de Chico Buarque, atuou discretamente em suas performances ao vivo. Seguiu o caminho que escolheu.

Vi Edu Lobo no palco pela primeira vez no Projeto Pixinguinha de 1978. Era um show vigoroso que resumia o seu trabalho. Desde os sucessos da era dos festivais até as músicas mais recentes (o disco novo se chamava Camaleão). Seu desempenho ao vivo me surpreendeu. Não tinha nada com o hermetismo que eu imaginava ser marca dos shows que fazia. Edu, àquela altura, não era mais um artista popular, com um grande público, mas o repertório sofisticado não dificultava o seu diálogo com a plateia. O trabalho refinado era muito atraente quando executado ao vivo. O músico se acompanhava ao piano e ao violão e tinha ao seu lado uma banda que ia dos ritmos nordestinos ao jazz.

Edu Lobo tem grandes discos. Difícil escolher os melhores. Podemos pensar no LP em que é acompanhado pelo Tamba Trio (A Música de Edu Lobo por Edu Lobo). Ou naquele disco que começa com No Cordão da Saideira e marca a sua estreia como arranjador. É lá que está a belíssima Canto Triste. Em Cantiga de Longe, num estúdio de Los Angeles, junta-se a músicos brasileiros como Hermeto Pascoal e Airto Moreira. São todos dos anos 1960. Limite das Águas, dos anos 1970, traz o Edu mais sofisticado, bem depois da temporada americana. Camaleão teve uma faixa (Lero Lero) executada no rádio, mas não podemos dizer que a música escrita em parceria com Cacaso o reconciliou com o êxito comercial.

Edu & Tom é soberbo. Edu Lobo estava gravando um novo disco. Convidou Tom Jobim para participar de uma faixa. Tom chegou ao estúdio e foi ficando. O que era um projeto solo virou um encontro antológico. Um visitando o repertório do outro. Os dois dividindo vozes e instrumentos. Tudo muito cool. Formação acústica, diminuta. Piano, violão, contrabaixo, bateria, um trompete. Um mestre e um aluno aplicadíssimo, talvez o compositor mais jobiniano de sua geração. Depois, teríamos um outro encontro e uma nova parceria: O Grande Circo Místico. Melodias de Edu, letras de Chico Buarque.

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Silvio Osias

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