COTIDIANO
Egberto Gismonti, um dos grandes músicos do Brasil, faz 70 anos
Publicado em 05/12/2017 às 9:47 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:44
Nesta terça-feira (05), Egberto Gismonti faz 70 anos.
É um dos grandes talentos musicais que o Brasil mostrou ao mundo.
Há poucos como ele.
Ouço Egberto há 45 anos.
Posso dizer que o conheço de perto há 38, desde aquele Projeto Pixinguinha em que minha avó Stella se apaixonou pela música dele, e os dois se tornaram amigos. Mas isso é outra história.
Foi Carmélio Reynaldo (ainda jornalista, antes de ser professor) que me falou sobre Água e Vinho e me levou a procurar o disco.
Perguntei quem era Egberto, e o amigo me respondeu que era um músico de formação erudita que migrara para o popular.
Era uma boa pista para entender esse artista nascido na cidade do Carmo, estado do Rio.
O avô era músico. Compunha uma melodia no nascimento de cada filho. À mãe de Egberto, coube a valsa Ruth.
Passado e presente.
Erudito e popular.
Piano e violão.
Acústico e elétrico.
Música instrumental e canções.
Escrita e improvisação jazzística.
Razão e emoção.
Polos distintos que talvez expliquem um pouco o riquíssimo trabalho de Egberto Gismonti.
Mas as palavras são insuficientes. É preciso ouvir com tempo e atenção. Não é música fácil. É refinada e de grande complexidade.
Faz uma tradução culta do Brasil profundo, o mesmo que Tom Jobim e Villa-Lobos enxergaram.
Egberto Gismonti percorre o mundo desde os anos 1970, gravando e tocando ao vivo. Com as formações mais diversas. Do solo ao palco dividido com uma grande orquestra sinfônica.
Seus discos europeus, pelo selo ECM, são mais cerebrais.
Os que gravou no Brasil são mais "quentes", têm a nossa efusão.
Novamente, polos que falam da música de Egberto.
Seus filhos (Alexandre ao violão, Bianca ao piano) são excelentes músicos. Nasceram na primeira metade dos anos 1980.
Os garotos e garotas de hoje praticamente não conhecem Egberto Gismonti. Não têm tempo para isso.
Mas, se quiserem, essa compilação resume bem a sua grande arte.
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