COTIDIANO
Em entrevista, Lúcio Matos disse que era a favor do nepotismo
Candidato de oposição do PPS é candidato a prefeito pela quarta vez. Ele destacou que sua administração será voltada para os pobres, mas surpreendeu quando disse ser a favor do nepotismo.
Publicado em 13/08/2008 às 12:04 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:43
Phelipe Caldas, enviado especial em Sousa
O mais experiente candidato a prefeito de Sousa, Lúcio Matos (PPS), que concorre ao cargo máximo do executivo municipal pela quarta vez, foi o segundo a ser entrevistado pela Rede Paraíba, no evento que acontece nesta quarta-feira (13), na sede da OAB local. Em seu discurso inicial, ele se autodenominou como sendo um “candidato diferente” e surpreendeu ao dizer que vai governar única e exclusivamente aos mais pobres.
Ele disse também que é o legítimo candidato de oposição em Sousa, e que sempre lutou com honestidade para fazer frente aos problemas realizados na gestão de Salomão Gadelha. Mesmo sem citar nomes, ele fez uma alusão ao outro candidato de oposição, Fábio Tyrone, e criticou o fato de aliados seus terem espalhado a versão de que ele desistiria da candidatura para apoiá-lo.
“Não preciso de dinheiro para ser candidato. Ele passa nas casas dizendo estas besteiras, mas eu quero saber qual foi o dia que eu disse isso”, esbravejou, sem conseguir conter um palavrão para desmentir a história. “Dizem por aí que eu estou quebrado e que eu estou falido, mas eu digo a estas pessoas que não preciso de dinheiro para ir na casa do pobre pedir o voto de confiança”, completou.
Segundo ele, sua gestão só terá olhos para o sousense mais humilde e mais necessitado, de forma que fará uma “administração revolucionária” para a cidade. “É necessário que o povo mais humilde tenha o que comer, e é por isto que nosso governo será voltado unicamente para o pobre”, declarou.
Para ler a entrevista dos outros candidatos e saber mais sobre a cidade de Sousa clique aqui.
Passando para a discussão dos temas sorteados, Lúcio Matos falou inicialmente sobre agricultura. Ele falou da boa situação de regiões como São Gonçalo e como as Várzeas de Sousa, mas lamentou o fato desta não ser uma realidade em toda a cidade. Ele promete dar mais apoio a áreas que passem por dificuldades, dando horas de trator para o trato da terra e a doação de sementes para os produtores mais pobres.
Sobre a pecuária, ele acusou o Parque de Exposição da cidade de estar falido e prometeu trabalhar também no desenvolvimento deste espaço.
O tema seguinte foi segurança pública, e neste sentido ele garantiu pressionar o governo do Estado para aumentar o contigente de policiais e viaturas para tornar Sousa mais segura. Prometeu ainda melhorar a guarda municipal da cidade. “O povo de Sousa deve ter o direito de transitar livremente”, opinou.
No que diz respeito à cultura, Lúcio prometeu juntá-la com questões de educação, e disse que vai criar um espaço para formação de artistas. Ele citou ainda o ex-governador Antônio Mariz para dizer que iria realizar um antigo sonho dele: a criação de uma grande biblioteca do centro de Sousa.
O tema seguinte sorteado foi saúde, e sobre este assunto ele prometeu realizar “inúmeras parcerias, independente de cores partidárias”. Ainda de acordo com suas propostas para a saúde, que foi lida na íntegra, ele defendeu tratamento e atendimento digno, e punir profissionais que faltarem ao trabalho.
No que diz respeito à educação, ele prometeu definir metas a serem atingidas pelas escolas e defendeu a descentralização da merenda escolar. Ele prometeu também a mesma qualidade para escolas das zonas urbana e rural e trabalhar para acabar com a evasão escolar. Por fim, ele defendeu ainda escola em tempo integral e a criação de oficinas profissionalizantes.
O outro tema foi corrupção, e neste momento ele voltou a citar Antônio Mariz. Ele disse que aprendeu com o ex-governador e lamentou o fato da que a corrupção dos recursos cheguem corretamente à população.
Sobre a área de saneamento básico, ele classificou o Canal do Estreito como sendo “o maior esgoto a céu aberto do Brasil”, e prometeu trabalhar para acabar com esta realidade.
Na parte em que Lúcio Matos respondeu questões feitas pela platéia, o principal momento foi quando ele destoou da opinião majoritária e se disse favorável ao nepotismo. “Não podemos ser discriminatórios, e abrir mão da competência de um técnico honesto e sério que zele pela coisa pública, unicamente pelo fato dele ser parente do gestor. Nós não podemos apenas é exagerar”, destacou.
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