Empresário da Fiji foi alvo de bloqueio do Google por armazenar material de pedofilia

Polícia ainda não confirma a ligação entre o bloqueio do email e a pausa nos pagamentos para os investidores da Fiji.

A Delegacia de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil da Paraíba deu mais detalhes sobre a prisão do empresário Bueno Aires, um dos donos empresa Fiji Solutions, ocorrido na quarta-feira (14). Bueno foi preso por suspeita de abuso sexual infantil. De acordo com a polícia , ele armazenava arquivos de pedofilia. As investigações contra o empresário já estavam em curso quando a polícia teve acesso à uma notificação do Google, que atuou bloqueando o email do empresário, no ano passado, por conta do material criminoso.

O empresário foi alvo de mandado de prisão temporário emitido pela Justiça da Paraíba e a ação foi feita pela Delegacia de Crimes Cibernéticos da Paraíba, que atuou em conjunto com a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Na manhã desta quinta-feira (15), o suspeito também foi alvo de uma novo mandando em uma operação da Polícia Federal contra a empresa de criptoativos Fiji Solutions, com o objetivo de combater crimes contra o sistema financeiro e organização criminosa.

O delegado João Ricardo afirmou que ele foi preso com base em dois crimes tipificados no ECA e um do Código Penal, porém, pela gravidade dos fatos e por causa das investigações, não poderia especificar quais são. De acordo com ele, a conta do empresário foi bloqueada no ano passado, antes dos pagamentos da Fiji Solutions serem encerrados, e, inicialmente, não é possível afirmar que exista uma relação entre a suspensão dos pagamentos e o email.

Em um primeiro momento, a polícia identificou o conteúdo por investigação telemática, ou seja, através da captação de troca de mensagens de texto ou áudio através de aplicativos. “As investigações se deram no sentido de verificar se foram todas baixadas na internet ou alguma produção dele e de alguém que ele conhece. Isso vai identificar quais crimes ele pode responder”, explicou o delegado.

Ilha da Fantasia

Três pessoas foram presas e oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta quinta-feira (15) durante a operação da Polícia Federal com o objetivo de combater crimes contra o sistema financeiro, e organização criminosa, em endereços ligados a gestores das empresas paraibanas Fiji Solutions e Softbank. Segundo a PF, os investigados captaram recursos de clientes prometendo o pagamento de remuneração expressiva, obtida por meio de operações de compra e venda de criptomoedas.

Além de Bueno Aires, foram presos Breno de Vasconcelos Azevedo e Emilene Marília Lima do Nascimento.

Segundo a PF, nos últimos três anos, os investigados movimentaram cerca de R$ 600 milhões em criptoativos. Em abril deste ano, a Fiji Solutions teve R$ 399 milhões bloqueados em determinação da Justiça, por meio da 2ª Vara Cível de Campina Grande, atendendo a pedido do Ministério Público da Paraíba.

A operação foi batizada de “Ilha da Fantasia”, e é alusiva a um dos nomes comerciais utilizado pelo grupo, e também ao modus operandi, de prometer rendimentos irreais aos investidores, segundo a PF.