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COTIDIANO

Empresas de vigilância loteiam bairros e ameaçam moradores

Pessoenses denunciam que são coagidos a contratar serviços de segurança privada, "Os moradores pagam com medo de projuízos maiores", denuncia um comerciante.

Publicado em 14/02/2010 às 8:56

Por Jacqueline Santos
Do Jornal da Paraíba

O adesivo mostra que a casa está sob vigilância especializada. Do outro lado do portão, moradores mais protegidos. Pelo menos é assim que deveria ser. As empresas de segurança privada em residências se alastram assustadoramente e conseguem mais campo e confiança dos contratantes. Mas até que ponto o serviço é legal? Entidades denunciam o avanço da clandestinidade nessa área e a existência de riscos para os clientes. Por outro lado, alguns moradores confessam que se sentem pressionados a aceitar o serviço para não sofrer retaliações.

Em uma simples volta por bairros de João Pessoa, é fácil ver o grande número de pessoas que aderem ao serviço de vigilância prestado por pequenas empresas do ramo. São grupos que se formam, correm para conquistar a “clientela”, mas podem não estar regulamentados. Representantes de associações de moradores explicam que a atividade, muitas vezes, funciona de forma obscura, sem qualquer regularização. “Eles chegam até mesmo a coagir o morador para que ele aceite. Há casos que sabemos de pessoas que foram assaltadas depois de não terem aceitado pagar a quantia imposta. Coincidência, não?”, conta um dos denunciantes, que preferiu não ter o nome revelado.

Mangabeira está entre as localidades da capital em que é comum encontrar residências com sinalização de empresas de segurança particular. O comerciante Joaquim Queiroz, que mora há mais de 20 anos no bairro mais populoso da capital, confessou que muitos vizinhos temem não pagar aos vigias e serem alvo de prejuízos. “Muita gente diz eu vou dar para não ocorrer nenhum problema comigo. Mas a maioria contrata porque quer, acha que é conveniente”, diz.

O comerciante comentou ainda que a proteção se dá de forma parcial e está restrita exclusivamente às residências cujos donos pagam pela assistência. “Se houver um assalto na rua, mesmo que seja em frente à casa ‘coberta’ pelos guardas, eles não fazem nada para impedir. Na verdade, esse pessoal não tem nenhuma credibilidade, por isso é que eu não pago nem nunca vou aplicar meu dinheiro nisso”, reclama. Ivan César Fernandes, também comerciante, disse que a responsabilidade em prestar segurança deveria ser atribuída apenas ao poder público. “Não contrato porque sei que não adianta nada. Se a PM (Polícia Militar) está desacreditada, imagina esses homens?”, questiona.

“Um dos vigias já me disse que se estiver acontecendo algo estranho em uma residência de um morador que não quer pagar a taxa ele não faz nada para evitar a ocorrência, seja ela qual for”, disse um morador do Rangel, em João Pessoa, que contratou o serviço e garante que sempre precisa utilizá-lo. Joaquim Queiroz afirmou que há cerca de dois meses uma moça foi vítima de estupro na rua onde mora, mesmo com a cobertura do vigia de plantão. “Ele viu o que estava acontecendo, viu a aflição da menina, e saiu disparado, sem nada fazer para evitar o crime. Vi tudo da minha janela”, narrou o comerciante.

Para ter acesso ao serviço de empresas de vigilância de menor porte, é preciso que os proprietários dos imóveis paguem uma mensalidade que varia entre R$ 10,00 e R$ 40,00, valor calculado de acordo com o local da moradia e com a renda do morador. De acordo com membros de associações de bairro, o esquema envolve até casas localizadas em conjuntos habitacionais, doadas pelo poder público. É o que acontece nos conjuntos Gervásio Maia e Colinas do Sul, em que as casas, ocupadas ou não, são alvo de uma atenção dos guardas. “O aviso é um só: se mexer vai pagar caro. Incluindo as casas fechadas (que não deveriam estar sem moradores, já que os imóveis foram doados para quem não tinha onde morar)”, declara um dos representantes que também preferiu omitir a identidade.

Leia a matéria completa no Jornal da Paraíba

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