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COTIDIANO

Encontrado corpo de estudante desaparecida por 17 dias no Conde

Carla Eugênia, de 18 anos, teria sido asfixiada, queimada e enterrada em um quintal por um homem com quem teve um caso. Ele e mais três pessoas foram presas.

Publicado em 29/11/2008 às 7:44

Da Redação
Com Aline Lins, do Jornal da Paraíba

Após 17 dias de desaparecimento, a família finalmente teve notícias sobre o que aconteceu com a jovem Carla Eugênia Pereira de Lima, de 18 anos. A estudante havia sido vista pela última vez no dia 11 de novembro em uma agência bancária da cidade do Conde. O mistério acabou na sexta-feira (28), quando policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil prenderam Josinaldo Soares da Silva, de 24 anos. Ele é acusado de matar a jovem por asfixia, tocar fogo e ainda enterrar o corpo no beco de uma casa onde era caseiro, no loteamento Nossa Senhora de Aparecida, no Conde.

A estudante foi encontrada carbonizada e enterrada, enrolada em uma rede, e o corpo já estava em estado de putrefação. A polícia chegou ao suposto culpado após investigações que também resultaram na prisão de uma quadrilha de traficantes de drogas e na apreensão de 16kg de maconha prensada.

De acordo com a polícia e segundo contou Josinaldo, Carla Eugênia Pereira de Lima havia ameaçado contar à noiva dele que eles tinham tido um caso. Temendo que a noiva descobrisse a traição, Josinaldo teria desferido um golpe conhecido como “mata-leão” em Carla, asfixiando-a. Ela teria ficado se debatendo no chão e teria desmaiado. Ainda segundo a polícia, pensando que ela tinha morrido, Josinaldo foi a um posto comprar combustível, jogou no corpo e ateou fogo.

Depois enrolou o corpo em uma rede e o enterrou. Josinaldo disse que ela já estaria morta quando ele tocou fogo no corpo. “Não foi planejado. Ainda passei duas horas vendo se ela acordava. Depois que vi que ela não acordava, cavei o buraco, coloquei dentro, comprei um gás e coloquei fogo nela. Depois enterrei”, contou Josinaldo.

O delegado titular da DRE, Walter Brandão, foi designado em caráter especial para investigar o desaparecimento de Carla Eugênia, ocorrido em 11 de novembro, tendo sido vista com vida pela última vez sacando dinheiro em um banco, no Conde. “O caso aparentava ser um seqüestro, mas constatamos que a principal suspeita, que conhecia a vítima, servia aos traficantes de João Pessoa como ‘mula’, termo utilizado no mundo do tráfico para denominar quem transporta drogas”, disse Walter Brandão.

A acusada é Alexandra Pereira da Silva (“Leca”), de 20 anos, em cuja casa foram encontrados os 16kg de maconha. Ela argumentou que tinha que sustentar os filhos e receberia R$ 500 para transportar a droga. Através dela, a polícia prendeu mais dois acusados de integrarem a quadrilha: Daniel Clementino Pascoal, de 27 anos, destinatário da droga, que já cumpriu pena por assalto, e Geraldo Albuquerque Filho, de 31 anos, motorista de alternativo que fazia o transporte da droga.

Além da DRE, as investigações foram realizadas também pelo GOE e pelo Gerenciamento de Inteligência. Os presos foram encaminhados para a Central de Polícia, em João Pessoa, e posteriormente serão encaminhados para os presídios da capital.

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Jornal da Paraíba

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