COTIDIANO
Envolvido na Barbárie de Queimadas é assassinado após ganhar liberdade
Homem que havia sido sentenciado a 30 anos estava em liberdade condicional há cerca de dois meses
Publicado em 20/09/2020 às 12:00 | Atualizado em 11/05/2023 às 18:24
Um dos condenados pelo estupro coletivo que ficou conhecido como "Barbárie de Queimadas", crime que ocorreu em 2012 na cidade do Agreste Paraibano, foi assassinado na madrugada deste domingo (20) após estar há cerca de dois meses em liberdade condicional. Jacó de Souza havia sido sentenciado a 30 anos, por estuprar duas mulheres e participar do abuso de outras três vítimas.
O delegado Ilamilton Simplício, da Polícia Civil da Paraíba, está responsável pelas investigações. Ele disse que o crime aconteceu tarde da madrugada e que poucas pessoas estavam na rua. Além disso, as testemunhas se negaram a falar com a polícia, por medo de alguma represália, o que dificulta o trabalho. “As pessoas não deram informações de jeito nenhum. Vamos apurar com o tempo. Vai ser uma investigação lenta”, previu ele.
Relembre a Barbárie de Queimadas
O crime aconteceu no dia 12 de fevereiro de 2012.Cinco mulheres foram estupradas e duas foram assassinadas, a professora Isabela Pajuçara e a recepcionista Michelle Domingos. Elas estavam em uma festa de aniversário em uma casa com dez homens.
Conforme as investigações da Polícia Civil e a denúncia feita pelo Ministério Público da Paraíba, os estupros foram planejados pelos irmãos Luciano e Eduardo dos Santos Pereira, que teriam chamado amigos para abusar sexualmente das mulheres convidadas para a festa de aniversário de Luciano. Segundo informações contidas no processo, o estupro coletivo seria um “presente” para o aniversariante.
Sete homens e três adolescentes envolvidos foram julgados e condenados pela Justiça. Em uma sentença com 107 páginas, a juíza Flávia Baptista Rocha, sentenciou o grupo de homens a cumprir pena de reclusão em regime fechado no presídio de Segurança Máxima PB1, em João Pessoa. Os três adolescentes cumpriram medidas socioeducativas e já estão em liberdade.
Eduardo Santos Pereira, acusado de ser o mentor do crime, foi condenado a 108 anos de prisão. A sentença foi anunciada pelo juiz Antônio Maroja Limeira Filho e ele foi considerado culpado por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma, além dos cinco estupros.
Por estes crimes, ele foi condenado a 106 anos e 4 meses de reclusão. Além disso, ele recebeu uma pena de 1 ano e 10 meses de detenção pelo crime de lesão corporal de um dos adolescentes envolvidos no crime.
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