COTIDIANO
‘Erro do Bope foi grave e irreparável’, diz secretário de Segurança do Rio
Beltrame diz que policial do Bope ‘vai pagar por isso’. Entretanto, secretário ressaltou que tropa é uma das melhores do mundo.
Publicado em 20/05/2010 às 17:54
Do G1
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou nesta quinta-feira (20) que a morte de um inocente em uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar, no Morro do Andaraí, na quarta (19), foi um “erro grave e irreparável”. Hélio Ribeiro, de 47 anos, foi morto porque a furadeira que usava para pregar uma lona, no terraço de casa, foi confundida com uma arma por um policial do Bope.
“Esse policial vai pagar por isso. Ele se apresentou à delegacia e vai responder por homicídio doloso. Além disso, ele também vai responder a um processo disciplinar dentro da corporação”, enfatizou Beltrame. Entretanto, o secretário ressaltou que o Bope é uma das melhores tropas de elite do mundo. “O Bope é a polícia que mais treina, e dá instrução para polícias de outros estados do Brasil e até de outros países”, observou.
O secretário ressaltou que já estão sendo tomadas providências para auxiliar a família de Hélio Ribeiro no que for necessário. “Tudo o que eu disse não vai trazer a vida dele de volta”, lamentou o secretário. “Mas o estado deve assumir o erro e amparar a família”, complementou. A Secretaria de Segurança Pública informou que uma pensão deve ser concedida aos familiares de Hélio.
Policial vai responder em liberdade
Beltrame acrescentou que, de acordo com um procedimento padrão, o próprio Bope deve reconstruir a cena que resultou na morte de Hélio Ribeiro para analisar os erros e acertos e aperfeiçoar a estratégia para futuras operações. “Foi um erro que aconteceu, infelizmente, com a tropa que é a mais bem treinada do país”, finalizou Beltrame.
O cabo Leonardo Albarello, que fez o disparo que matou Hélio, vai responder pelo crime em liberdade, segundo a delegada Leila Goulart, da 20ª DP (Vila Isabel), porque o policial se apresentou espontaneamente. Ele deve ser indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
“O Código de Processo Penal garante isso quando a pessoa se apresenta espontaneamente e não se lavra flagrante”, explicou a delegada.
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