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COTIDIANO

Esquema da Calvário distribuiu propina para Efraim Filho e mais 5 deputados da Paraíba, diz Livânia

Publicado em 06/01/2020 às 20:01 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:49

Confira lista dos deputados estaduais que teriam recebido dinheiro. Hugo Motta e Nabor Wanderley também foram citados

O conteúdo 'explosivo detonado' pela ex-secretária de Administração do Estado, Livânia Farias, em sua delação premiada no âmbito da Operação Calvário, chegou ao Legislativo paraibano. Em um dos trechos de seu depoimento, a ex-secretária relata a distribuição de propina para o deputado federal Efraim Filho (Democratas) e para 5 deputados estaduais da Paraíba. Na delação, Livânia ainda cita o deputado federal Hugo Motta (Republicanos) e o pai dele, Nabor Wanderley, como possíveis intermediários de um contrato da Empasa.

No caso de Efraim Filho, Livânia afirma que o acordo estabelecia o pagamento de R$ 2 milhões para ele manter o apoio ao projeto de reeleição do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), em 2014. Metade do dinheiro, segundo Livânia, teria sido entregue pelo ex-secretário do Governo Ivan Burity, preso durante as investigações da Operação Calvário. Já o deputado federal Hugo Motta e o pai dele, o deputado estadual Nabor Wanderley (Republicanos), seriam possivelmente intermediários de um contrato da Empasa, em 2018.

Mais adiante, Livânia revela como aconteceria a distribuição de recursos para outros deputados estaduais paraibanos. Ela relata que haveria o rateio de R$ 1,6 milhão entre os deputados Edmilson Soares (Podemos), Branco Mendes (Podemos), Lindolfo Pires (Podemos), Tião Gomes (Avante) e Genival Matias (Avante), além de Artur Cunha Lima Filho (Arturzinho), suplente de deputado estadual e filho do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Arthur Cunha Lima.

Todos os deputados citados negam que receberam quaisquer recursos de caixa 2 para suas campanhas ou propina. O blog não conseguiu contato com o conselheiro do TCE-PB Artur Cunha Lima, nem com o filho dele, Artur Cunha Lima Filho.

Veja os vídeos da delação:

Confira os trechos do depoimento:

Dinheiro para campanha de Lucélio Cartaxo

Além dos deputados, a ex-secretária de Administração do Estado também revelou que o secretário de Desenvolvimento Urbano de João Pessoa, Zennedy Bezerra, teria recebido R$ 300 mil do esquema. Os recursos seriam utilizados na campanha do então candidato ao Senado, Lucélio Cartaxo, na campanha de 2014. Zennedy nega ter recebido os valores e disse estar à disposição da Justiça.

“Fui surpreendido com fatos inverídicos mencionados em delação premiada, no âmbito da Operação Calvário, pela ex-secretária Livânia Farias. Defendo as investigações empreendidas pelo Ministério Público e pela justiça e me coloco à disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário”, afirmou.

Notas dos deputados citados:

Hugo Motta e Nabor Wanderley
É com extrema surpresa e repúdio que recebemos a informação quanto à citação dos nossos nomes em trecho da delação da ex-secretária de Estado, Livânia Farias.
Afirmamos que não cometemos nenhuma irregularidade e que as ações citadas pela delatora na referida investigação não são verdadeiras. Garantimos ainda que a nossa atuação político-parlamentar é pautada pela honestidade, seriedade, responsabilidade e compromisso com a população paraibana.
Aguardaremos os trâmites processuais com absoluta confiança no Poder Judiciário. Estamos à disposição da Justiça para esclarecer quaisquer fatos e desde já disponibilizamos nosso sigilo bancário e fiscal.
À população e à imprensa da Paraíba, enfatizamos nosso comprometimento com a verdade, serenidade e confiança na Justiça.

Genival Matias

Em primeiro lugar, quero deixar claro que confio e apoio as investigações da Operação Calvário em todas as suas fases, porém, me causou surpresa a citação sem provas do meu nome em depoimento, sobre uma suposta entrega de recursos.

Afirmo que não tenho qualquer participação nesses fatos e tenho a tranquilidade de não ter recebido absolutamente nada além do que foi declarado oficialmente no período eleitoral.

Estou à disposição da Justiça para esclarecer quaisquer fatos e desde já disponibilizo meu sigilo bancário e fiscal.

Sigo confiando na justiça e respeitando às instituições.

Tião Gomes

Rechaço com veemência toda e qualquer citação inverídica que aponta recebimento de recursos ilegais por minha pessoa. Estou indignado, mas absolutamente tranquilo que a verdade será restabelecida. Em 40 anos de atuação na vida pública, tendo oito mandatos de deputado, nunca me envolvi em nenhum ato ilícito e meu patrimônio é condizente com minha realidade. Neste momento, coloco-me inteiramente à disposição da Justiça, mesmo sabendo que meu nome não está inserido entre os investigados.

Nunca tratei qualquer assunto sobre recursos com o deputado Edmilson Soares e tampouco autorizei que alguém tratasse ou recebesse valores em meu nome.

Coloco meu sigilo bancário, telefônico e fiscal à inteira disposição, reafirmando que nossas campanhas foram realizadas dentro da lei e feitas com dinheiro limpo tendo todas as contas aprovadas pela justiça eleitoral. Portanto, nada devemos e nada tememos. Confiamos na Justiça.

Branco Mendes

Durante toda a minha vida sempre procurei me nortear pelos princípios da ética, moralidade, verdade e transparência. Tanto é verdade que nesses quase 30 anos de vida pública não tenho uma mancha, processo ou conta rejeitada. Posso andar de cabeça erguida em qualquer lugar, pois prezo por valores sagrados, pelos ensinamentos dos meus saudosos pais e, principalmente, pela admiração das minhas três filhas.

Não abaixarei a minha cabeça um minuto, pois não serão acusações irresponsáveis e mal interpretadas que macularão o maior patrimônio que conquistei na vida, que são a minha honra, seriedade e a vontade de fazer o BEM pelos paraibanos. Digo tudo isso sem hipocrisia e sem medo algum. Seguirei firme nos meus propósitos e crenças, tendo a certeza de que o tempo há de restabelecer toda a verdade.

Efraim Filho

Tomei ciência pela imprensa da citação do meu nome, nas investigações em curso, como que no ano de 2014 tivesse recebido ajuda de campanha para apoiar a chapa do então governador. Absolutamente nego essa ilação feita contra mim, sem apresentar uma prova ou sequer uma data. As contas da minha eleição 2014 foram analisadas, julgadas e aprovadas pela justiça eleitoral.

Ao rechaçar totalmente essa inverídica acusação, e mesmo sem estar no rol de investigados pela operação, coloco meu sigilo bancário, telefônico e fiscal a disposição da justiça. Quem não deve não teme.

Lindolfo Pires

Sobre o conteúdo do depoimento da Senhora Livânia Farias, amplamente divulgado pela imprensa e nas redes sócias, informo que:

Em toda a minha vida pública, sempre respeitei estritamente os limites legais para utilização de recursos em campanhas eleitorais, tendo prestação de contas aprovadas pela justiça eleitoral, e jamais permiti arrecadação fora dos ditames da lei.

Todo meu patrimônio é compatível com a minha renda e eu nunca usei de quaisquer dos meus mandatos para enriquecer ilicitamente, sendo inverídica a qualquer versão que teria recebido recursos ilícitos.

Lamento profundamente envolvimento de meu nome da forma irresponsável ocorrida, mas sigo confiante e apoiando as investigações da Operação Calvário em todas as suas fases com a certeza que os fatos serão devidamente esclarecidos.

Edmilson Soares

Uma história de vida dedicada a educação e voltada para servir ao povo nos vários mandatos de vereador e deputado não pode e não vai servir para jogos políticos rasteiros. Incluir meu nome nestas Operação Calvário, sempre provas, é um atentado a verdade e um desrespeito ao bom fazer político que norteia minha vida pública. São acusações levianas e irresponsáveis, de modo que tem o meu repudio em absoluto e total.

Reitero a minha lisura e conduta pautada na honestidade, seriedade e responsabilidade ao longo destes mais de 24 (vinte e quatro) anos dedicados à vida pública, sobretudo quando nunca recebi qualquer penalidade administrativa ou penal advinda de qualquer ato ilícito, porquanto sempre atuei dentro das determinações legais e constitucionais.

Sempre estive e vou está a disposição da justiça, confio no Poder Judiciário e no Ministério Público para trazer à tona a verdade real dos fatos e estou à disposição para quaisquer esclarecimentos imprescindíveis ao restabelecimento da verdade.

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João Paulo

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