COTIDIANO
Esquema de fraude nas concessões da Cehap tinha mais de 60 inscritos
Grupo cobrava R$ 3 mil e dizia as pessoas que elas furariam a fila da Cehap para receber casas distribuídas gratuitamente.
Publicado em 07/11/2014 às 15:51
O esquema de fraude em concessões da Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap), desarticulado na quinta-feira (6) em Campina Grande, tinha 63 pessoas registradas. A informação foi dada pelo delegado Iasley Almeida em entrevista nesta sexta-feira (7). Três mulheres e dois homens foram presos por suspeita de tentar fraudar o processo de distribuição de moradias da companhia. Segundo a polícia, o grupo cobrava R$ 3 mil pelas casas, que deveriam ser distribuídas gratuitamente para pessoas cadastradas nos programas habitacionais. No total, só com os inscritos identificados, o grupo poderia lucrar R$ 189 mil.
“O golpe tinha uma dimensão lucrativa para a quadrilha muito grande. A investigação continua e vamos averiguar se isso aconteceu em outras cidades da Paraíba”, disse o delegado. Oito das 63 pessoas já tinham efetuado o pagamento e 14 prestaram depoimentos.Iasley não soube informar se elas vão ser responsabilizadas por tentar “furar fila” para conseguir a casa ou se vão ser apenas tratadas como vítimas.
A prisão do grupo aconteceu durante uma operação da Polícia Civil, por meio da Delegacia de Defraudações, que foi realizada após denúncias anônimas. Os policiais se infiltraram durante uma reunião no bairro do Alto Branco em que os interessados iam assinar os documentos e efetuar o pagamento. Quando constataram o crime, realizaram a prisão em flagrante. Segundo o delegado, o grupo será indiciado por formação de quadrilha e estelionato.
Os cinco presos são Ana Cláudia Bezerra Chagas, Maísa Gomes Cabral, Ana Lígia Ferreira de Lima, Marlinson Alexandre Vieira e Fábio Brito Mendes
Iasley Almeida explicou que a quadrilha descobria quem estava na fila dos programas estaduais e federais de habitação e oferecia a oportunidade de ser adiantado na fila mediante pagamento de R$ 3 mil. As três mulheres eram as agenciadores do grupo. Elas se deslocavam nos bairros da cidade para identificar as pessoas interessadas em participar do processo.
A polícia agora vai investigar se de fato havia um beneficiamento, ou seja, se havia alguém na Cehap envolvida no esquema e os imóveis seriam entregues, ou se era tudo inventado para enganar as possíveis vítimas com a promessa do benefício. Com os suspeitos, foram apreendidos vários celulares e documentos em papéis timbrados da Cehap. A polícia ainda vai identificar se os documentos são falsos.
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