COTIDIANO
'Esquema' pagou R$ 11 milhões a empresa de fachada para transportar estudantes na PB
Publicado em 12/08/2019 às 17:44 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:45
Denúncia foi feita na 'Operação Veiculação'. Em alguns casos veículos eram 'sucatas' com mais de 20 anos de uso, segundo o MPF
Onze milhões de reais. Esse é o valor que foi pago a uma empresa supostamente de fachada para realizar o transporte de estudantes em três cidades do Sertão da Paraíba. A informação está na Ação Civil Pública nº 0800607-60.2019.4.05.8205, proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), que terminou no afastamento do prefeito da cidade de Emas, José William Segundo Madruga. De acordo com o MPF o 'esquema' teria contratado até mesmo "sucatas" com mais de 20 anos de uso para realizar o transporte dos alunos.
A denúncia foi investigada durante a 'Operação Veiculação', em 2016. Pela prática, que teria ocorrido nas cidades de Patos, Emas e São José de Espinharas, a Procuradoria Regional da República denunciou a ex-prefeita de Patos, Francisca Motta; o prefeito José William Segundo Madruga (Emas); o ex-prefeito Renê Trigueiro Caroca (São José de Espinharas) e outras 15 pessoas.
De acordo com as investigações, os valores da locação dos veículos para transporte escolar eram fixados em patamares acima do preço de mercado e a empresa Malta Locadora, situada em Pernambuco, não possuiria patrimônio, empregados ou veículos, "sendo incapaz de prestar os serviços demandados nas 38 licitações que venceu sucessivamente nos três municípios", relata o MPF.
"Nenhum dos veículos sublocados pelas empresas atendia aos requisitos do contrato, sendo que alguns deles, usados no transporte escolar, eram sucatas com mais de 20 anos, colocando em risco a vida dos estudantes", alertam os procuradores.
Fraude em praça de eventos
O prefeito Segundo Madruga foi demandado pelo MPF por fraude na licitação da construção de uma praça de eventos no município, para beneficiar a empresa Millenium com recursos que totalizam R$ 609 mil. Para a CGU, R$ 159 mil teriam sido desviados.
Além de Segundo Madruga, também foram demandados na ação de improbidade o empresário Dineudes Possidônio (atualmente recolhido no Presídio Regional de Patos); o empresário Madson Fernandes Lustosa (também recolhido no Presídio Regional de Patos); o advogado e contador Charles Willames Marques de Morais (atualmente recolhido em Sala de Estado Maior do Batalhão de Polícia Militar de Patos); o servidor público municipal Eraldo Morais Carneiro; a engenheira civil Maria Virgínia Koerner Pereira e Patrícia Euzébio Araújo.
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