Ex-diretor na cadeia

O ex-diretor do presídio da cidade de Catolé do Rocha, no Sertão do Estado, foi preso ontem à tarde pela Polícia Civil acusado de ter participado de uma sessão de tortura que culminou na morte do preso Marcelo Oliveira Batista, conhecido como ‘Marcelo Oliveira’, horas depois da deflagração da operação ‘Laços de Sangue’, no fim do ano passado.

Segundo a polícia, Denis Pereira Januário, juntamente com outros acusados, teria espancado a vítima dentro de uma das celas da penitenciária de Patos, e depois ateado fogo no corpo com o objetivo de dificultar o trabalho da perícia e as investigações da polícia.

‘Marcelo Oliveira’ era um dos chefes da família Oliveira, na região de Catolé do Rocha, e teria travado uma guerra familiar com os Suassunas, provocando a morte de dezenas de pessoas durante mais de 30 anos de confrontos.

Os motivos da execução de Marcelo, porém, ainda estão sendo investigados, mas a polícia não descarta a possibilidade do crime ter sido encomendado por integrantes da família rival.

“As motivações podem ter sido diversas. Nós chegamos ao Denis após ouvirmos os depoimentos de algumas pessoas, durante o inquérito, que relataram que ele participou diretamente.

E agora iremos descobrir se a morte teve o envolvimento de mais pessoas e as causas que teriam motivado esse assassinato”, discorreu o delegado de homicídios da cidade de Patos, Hugo Lucena, responsável pela investigações.

Denis Pereira Januário havia sido exonerado do cargo de diretor do presídio de Catolé do Rocha pela Secretaria de Administração Penitenciária há cerca de 60 dias, após a polícia ter deflagrado a operação ‘Hidra’, que prendeu um grupo apontado como autor de vários homicídios e também por exercer o controle sobre o tráfico de drogas, na região sertaneja.

A prisão do ex-diretor aconteceu em cumprimento a um mandado de prisão, expedido pela Justiça de Patos. Depois de ser detido, em Catolé do Rocha, ele foi levado para prestar depoimento ontem em Patos, mas será encaminhado para João Pessoa, onde deverá ficar detido na penitenciária de Segurança Máxima PB1, em Jacarapé.

O ex-diretor Denis Pereira vai aguardar o fim das investigações e as decisões do Poder Judiciário.