COTIDIANO
Exposição dos Beatles é viagem numa cápsula do tempo
Publicado em 15/09/2017 às 8:04 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:44
Em 1972, aos 13 anos, perguntei ao meu pai:
Será que ainda vamos ouvir os Beatles daqui a 30, 40 anos?
E ele respondeu:
Em 30, 40 anos, os Beatles serão estudados nas universidades!
Pensei nessa conversa quando entrei, nesta quinta-feira (14), na exposição Beatlemania Experience, aberta ao público a partir desta sexta (15), no Shopping Recife.
Tocava Strawberry Fields Forever.
Vi logo as roupas usadas em I Am the Walrus e a capa de A Hard Day's Night aumentada.
No lugar de uma das fotos de George, o visitante bota a sua cara.
Começa a viagem.
O caminhão que serviu de palco para John tocar em 1957, no dia em que Paul conheceu o futuro parceiro.
O Cavern. Ah, o Cavern! Seu palco diminuto, os instrumentos prontos para o show.
Os discos, os instrumentos.
As roupas. Os terninhos, os fardões.
A cabine do trem de A Hard Day's Night. Irresistível!
O submarino amarelo. Você dentro dele. Os mares passando nas escotilhas. Mar dos monstros. Mar do tempo. O tempo da gente passando. "Quando eu tiver 64 anos!".
A faixa de pedestres de Abbey Road.
O sitar de George.
O piano branco de John.
A multidão aos gritos no Shea. Você dentro dela. Os quatro caras ali, na sua frente!
Beatlemania Experience é uma bela viagem. Mexe com os fãs. Produz alegria e tristeza. E é bom que seja assim. Faz passar o filme que está guardado em nossa memória afetiva. Rebobina muita coisa. O significado que tudo aquilo teve. Tem! As canções que atravessam as décadas, as ideias generosas dos anos 1960. O contraste com esse mundo pragmático em que vivemos, meio século depois do Pepper.
O mundo dos Beatles representa sua época.
A exposição tenta traduzir esse mundo, colocando-o dentro de uma cápsula por onde a gente passeia por duas, três horas.
Nada é real! Tudo é real!
Depende dos nossos ouvidos! E dos nossos olhos!
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