Falta de alerta causa mais um roubo a prédio residencial em JP

Karoline Zilah

Descuido e excesso de confiança na segurança de uma cidade que costumava ser pacata são as maiores causas dos frequentes roubos a residências em João Pessoa. As considerações são dos delegados Francisco de Assis e Wallber Virgolino, que investigaram e prenderam uma quadrilha acusada de arrombar pelo menos 25 apartamentos de luxo em cerca de seis meses na Capital.

O último caso deste tipo aconteceu na madrugada do domingo (31), por volta das 3h30, na área social do condomínio Riviera, localizado na avenida Epitácio Pessoa, no bairro nobre de Miramar. Todo o aparato de vigilância do prédio não impediu que um ladrão aproveitasse o cochilo do porteiro e pulasse o muro, segundo relatos de uma moradora ao Paraiba1.

O homem aproveitou para levar uma televisão de LDC e fugiu sem ser percebido. Os responsáveis pela administração do condomínio constataram a ação horas depois por meio de imagens gravadas por câmeras do circuito interno de segurança.

Devido ao modo como o ladrão agiu, aproveitando um deslize do porteiro, a polícia acredita que este caso tenha sido isolado e que o homem não seja especializado ou participe de uma quadrilha.

O fato é que a falta de atenção tem feito cada vez mais vítimas nas residências. Mesmo sem ter em mãos um número específico destes crimes cometidos em janeiro ou no ano de 2009, o delegado Francisco de Assis, que é titular da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio, afirma que tem este tipo de ação criminosa tem sido frequente.

“O principal problema é de vigilância. Depende de cada prédio, de cada síndico e de quanto cada morador pode contribuir. É necessário investir, mas isto não é o suficiente. Além das falhas de segurança, muitas vezes os roubos são facilitados por pessoas que frequentam os apartamentos, que conhecem a família, ou mesmo por alguém contratado para fazer um serviço. Ele acaba observando os hábitos dos moradores e repassando as informações para outra pessoa”, explicou Assis.

João Pessoa: alvo de assaltantes

O delegado Wallber Virgolino, do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, relembrou o caso da quadrilha especializada em roubos a apartamentos de luxo. Ele, que colaborou nas investigações, apurou que 25 vítimas reconheceram as jóias roubadas ao longo de seis meses. O próximo passo é identificar quem seriam os receptores dos produtos.

Os próprios acusados, três deles vindos de Fortaleza, no Ceará, teriam confessado que procuraram João Pessoa por se tratar de uma cidade onde os moradores seriam “relaxados”. “Quando os acusados perceberam que não havia dificuldades em invadir os apartamentos daqui, eles começaram a praticar os roubos”, relatou Wallber Virgolino.

O grupo foi identificado graças às imagens gravadas pelos condomínios. Após a prisão da quadrilha, o próximo passo da polícia é avaliar se o número de arrombamentos vai crescer ou diminuir para verificar se há outros grupos atuando.

Como evitar os assaltos

Apesar das diversas tecnologias de vigilância contribuírem com a segurança dos condomínios, o delegado Wallber Virgolino indica procedimentos para quem quer evitar invasões e roubos em casas e apartamentos:

- Se possível, instale duas fechaduras nas portas da residência. Ao sair ou entrar em casa, certifique-se de que elas estão trancadas;
- Sempre deixe uma chave no lado de dentro da fechadura. Um dos métodos dos ladrões é observar se há chave na porta, e, consequentemente, se tem gente em casa;
- Ao sair, desligue o interfone ou a campainha. Os bandidos costumam tocar para saber se há alguém em casa. Se chamar e não atender, ele investe no arrombamento.