COTIDIANO
Feminicídio em Marizópolis: novas imagens mostram como sargento da PM cometeu o crime
O policial José Almi Pinheiro virou réu nesta terça pelo feminicídio e homicídio em Marizópolis, no dia 6 de maio.
Publicado em 22/07/2025 às 12:30 | Atualizado em 22/07/2025 às 15:08

Novas imagens de um circuito de segurança mostram feminicidio seguido de homicídio em Marizópolis, no Sertão da Paraíba. No dia 6 de maio de 2025, Francisca Carla Veríssimo Ramalho e Adriano Pereira Alves foram mortos a tiros pelo sargento da Polícia Militar José Almi Pinheiro, que foi denunciado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) na sexta-feira (18). O PM virou réu nesta terça-feira (22), após a Justiça aceitar a denúncia.
Carla estava no trabalho, um açaí. Nas imagens, ela aparece sentada em uma mesa, jogando dominó com três crianças, quando José Almi Pinheiro chega de carro com os faróis apagados e desce do veículo atirando. As crianças correm, e mesmo depois que a mulher está no chão, o homem continua atirando.
Em seguida, o homem é visto entrando no estabelecimento. Lá dentro, no banheiro, ele atirou várias vezes contra Adriano Pereira Alves, dono do açaí, que também morreu no local. À TV Paraíba, a mãe de Carla, Maria Mendonça da Silva, de 72 anos, lamentou que a filha não tenha tido chances de defesa.
“Minha filha não teve chance de nem se levantar da cadeirinha que ela estava brincando com as crianças. Não sei como mantiveram a vida daquelas criaturas, daquelas criancinhas”.
A defesa do Sargento José Almi Pinheiro informou o caso se trata "de um episódio isolado e profundamente lamentável, cujas circunstâncias reais e jurídicas ainda serão devidamente apuradas durante a instrução processual [...] A defesa reitera que a verdade real dos acontecimentos será devidamente demonstrada nos autos processuais, com base em provas técnicas e sob os cuidados do Poder Judiciário, que é o foro adequado para análise dos elementos que envolvem o caso".
Denúncia do MPPB
Segundo o Ministério Público, o policial agiu por vingança e ciúmes. Ele foi denunciado por feminicídio com agravantes de violência doméstica, meio cruel e surpresa, e por homicídio triplamente qualificado, por motivo de ciúmes, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
A denúncia detalha que Carla estava na calçada com três crianças quando o sargento chegou com os faróis do carro apagados. Ele desceu armado do veículo e atirou quatro vezes contra ela, inclusive quando já estava no chão. Em seguida, trocou de arma e atirou 10 vezes contra Adriano, que havia se escondido no banheiro do local.
Os laudos confirmaram que os disparos foram à curta distância. As armas usadas foram apreendidas com o sargento, e exames de balística comprovaram que os projéteis encontrados nas vítimas partiram delas.
Após o crime, José Almi fugiu para o Ceará e se entregou na cidade de Iguatu, onde foi preso em flagrante, ainda com as duas pistolas.
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