COTIDIANO
Fenômeno astronômico raro poderá ser observado na Estação Cabo Branco
Passagem do planeta Mercúrio entre a Terra e o Sol começa às 8h12 desta segunda (9) e vai durar mais de sete horas.
Publicado em 08/05/2016 às 11:54
De 13 a 14 vezes a cada cem anos, o planeta Mercúrio passa exatamente entre a Terra e o Sol. Conhecido como Trânsito de Mercúrio, o fenômeno é raro e só se repetirá daqui a três anos. Em 2016, a passagem de Mercúrio pelo Sol será visível no Brasil, o que não acontecia desde 1960. O fenômeno começa às 8h12 desta segunda-feira (9) e vai durar mais de sete horas.
O mais interessante é acompanhar os momentos de 'entrada' e 'saída' do planeta. Além da beleza do fenômeno, que só pode ser acompanhado com o uso de instrumentos, o Trânsito de Mercúrio é valioso para a ciência.
Segundo o astrônomo do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast/MCTI) Eugênio Reis, a passagem dos planetas Mercúrio e Vênus pelo Sol permitiu o cálculo da unidade astronômica, usada para medir a distância entre os planetas e o Sol.
A proporção era conhecida desde os tempos do matemático alemão Johannes Kepler, no século 16. Sabia-se, por exemplo, que Marte está a uma distância e meia do Sol, considerando a distância entre a Terra e o Sol. Mas o que o trânsito dos planetas ajudou a definir é o valor da unidade astronômica, ou seja, a distância entre a Terra e o Sol: 150 milhões de quilômetros.
"Esse número ninguém sabia. Graças à observação do trânsito de Vênus, que está mais perto da Terra, foi possível saber o verdadeiro tamanho do Sistema Solar. Por isso, dizemos que o trânsito tem uma função histórica para a astronomia", afirma Eugênio Reis.
Ele reforça que só é possível observar a passagem de Mercúrio pelo Sol com instrumentos adequados. Além do risco de danos à visão que a observação do Sol pode causar, o fenômeno não é visível a olho nu devido ao tamanho reduzido do planeta.
Em João Pessoa, uma observação do fenômeno acontecerá nos jardins da Estação Cabo Branco, localizada no Altiplano, em João Pessoa.
O evento será conduzido pelo professor de astronomia Marcos Jerônimo. Geógrafo formado pela Universidade Federal da Paraíba e coordenador do Laboratório de Astronomia da Estação Cabo Branco, ele é astrônomo amador há 46 anos e também diretor técnico científico da Associação Paraibana de Astronomia (APA).
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