COTIDIANO
'Fiquei com angústia', diz menina que sobreviveu a acidente
Ela perdeu o pai, a mãe e a irmã após caminhão em que a família viajava capotar. Depois de receber alta, ela fez questão de conversar com parentes em Pernambuco.
Publicado em 17/07/2008 às 9:23
Do G1
Uma menina de 8 anos é o personagem principal de mais uma história dramática nas estradas brasileiras. Hamanda Pereira estava com a família no caminhão que capotou na BR-050, perto de Uberlândia, em Minas Gerais, na noite de terça-feira (15).
No acidente, os pais e a irmã mais nova de Hamanda morreram. A menina ficou três horas presa nas ferragens. Ela recebeu deixou o hospital nesta quarta-feira (16).
O dia de Hamanda Pereira foi cercado de carinho e telefonemas. Depois que recebeu alta, a menina fez questão de conversar com a família, em Pernambuco. Ela lembra com detalhes do que aconteceu segundos antes da tragédia.
“Eu lembro que minha mãe disse: ‘Hermes, cuidado, a curva é perigosa’”, afirma a menina. O acidente foi na BR-050, um dos principais acessos para quem vai de São Paulo a Brasília. O pai perdeu o controle da carreta que capotou ainda na pista e só parou no acostamento.
Quando os bombeiros chegaram, Hamanda era a única que apresentava sinais de vida. O resgate demorou três horas. Ao ser retirada das ferragens, a menina surpreendeu pela tranqüilidade. “Calma, gente, eu estou boa”, disse.
Segundo os bombeiros, Hamanda estava ao lado do pai na hora do acidente e foi protegida pelo corpo dele quando houve o impacto.
Na casa de parentes, em Uberlândia, ela contou que já sabia que a irmã e os pais estavam mortos.
“Fiquei três horas acordada pedindo socorro, chamei meu pai, minha mãe e minha irmã, mas ninguém falou nada. Disse: desmaiado não é e fiquei com angústia”, contou a criança.
Os corpos dos pais e da irmã da menina devem ser levados para a cidade de Santa Cruz da Baixa Verde (PE), distante aproximadamente 450 quilômetros do Recife.
Hamanda deve ficar na casa da avó materna. A data da viagem de volta para a casa ainda não foi confirmada.
Antes da despedida, um reencontro. Ana Paula Borges, a tenente do Corpo de Bombeiros que participou do resgate quis conversar com a sobrevivente.
“A minha vontade é de que toda a equipe que estava no local da ocorrência de ontem (terça-feira) estivesse aqui para sentir a mesma satisfação que eu sinto agora”.
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