COTIDIANO
Força-tarefa prende grupo acusado de fraudes contra o INSS na PB
Servidor do INSS em CG e parentes teriam utilizado documentos falsos para receber benefícios. Prejuízo aos cofres da União é estimado em R$ 4,5 milhões.
Publicado em 04/11/2009 às 10:03
Karoline Zilah
Com PF-Patos
A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de prisão contra pessoas acusadas de aplicar golpes na previdência social em Campina Grande. De acordo com o departamento da PF em Patos, o grupo era comandado por um servidor do INSS preso nesta quarta-feira (4) e teria causado um prejuízo estimado em R$ 4,5 milhões aos cofres da União.
Uma força-tarefa previdenciária foi realizada na Paraíba pelo Ministério da Previdência Social, Departamento de Polícia Federal e Ministério Público Federal. A operação, desencadeada nesta manhã, foi denominada Cartão Mágico.
De acordo com as investigações, a quadrilha fazia alterações nos nomes dos titulares de documentos de CPF e Número de Identificação do Trabalhador (NIT), inserindo dados falsos nos sistemas da previdência social, resultando na concessão indevida de benefícios para pessoas que na realidade não existem.
As fraudes eram feitas a partir de documentos de pessoas residentes na Paraíba e em outros estados, a exemplo do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Bahia e Rio de Janeiro. O valor de R$ 4,5 milhões teria sido acumulado de 82 benefícios concedidos a pessoas que não existem, entre os anos de 2001 e 2008.
A investigação do grupo de fraudadores teve início em junho deste ano. O Instituto Nacional do Seguro Social ainda vai analisar 11 mil benefícios que estão sob suspeita em Campina Grande e municípios circunvizinhos.
De acordo com a Polícia Federal, a operação contou com a participação de seis servidores da previdência social e 46 policiais federais, que cumpriram 11 mandados judiciais, sendo quatro mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. Entre os presos há um servidor do INSS de Campina Grande, além da esposa, de um irmão e uma cunhada do mencionado servidor.
As prisões e buscas foram realizadas também em João Pessoa e Maceió. Foram cumpridos mandados em residências e na agência Floriano Peixoto da previdência social em Campina Grande. O Ministério Público Federal impetrou ação judicial visando o sequestro imediato dos bens dos investigados.
Durante todo o dia desta quarta-feira, os presos serão ouvidos pelos delegados da Polícia Federal, devendo o material apreendido ser analisado pela força-tarefa previdenciária. O nome Operação Cartão Mágico foi adotado em virtude do fato do grupo, com auxílio de servidor, ter inserido dados falsos nos sistemas da previdência social que resultaram na concessão de vários benefícios indevidos.
De posse dos cartões, os membros do grupo conseguiram a “mágica” de multiplicar seus patrimônios, adquirindo vários imóveis nas cidade de Campina Grande e João Pessoa. As pessoas envolvidas serão indiciadas pelas práticas dos crimes de estelionato qualificado (art. 171), formação de quadrilha (art. 288), inserção de dados falsos em sistema de informática (art. 313-A) do CFB, com previsão de penas de reclusão.
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