COTIDIANO
Golfinhos viram alvo de estudo
Para coletar dados sobre o animal, cujos hábitos muitas vezes ainda são um mistério para os cientistas, o grupo identificou com microchips cinco animais.
Publicado em 23/10/2011 às 6:30
Todos já estão a postos nos barcos, casacos fechados contra o vento frio do fim do inverno catarinense. "Tudo certo, pessoal. Let's go. Vámonos!", avisa pelo rádio a bióloga Marta Cremer.
É o começo da maior operação já feita no Brasil para estudar as toninhas (conhecidas, em latim científico, como Pontoporia blainvillei). Única espécie de golfinho ameaçada de extinção no país, as toninhas mobilizaram uma força-tarefa internacional na baía da Babitonga, em São Francisco do Sul (a 188 km de Florianópolis).
Para coletar dados sobre o animal, cujos hábitos muitas vezes ainda são um mistério para os cientistas, o grupo identificou com microchips cinco animais. Os dados, enviados via satélite, trarão informações sobre as viagens dos cetáceos e detalhes sobre o tempo e a profundidade de seus mergulhos.
Mais de 30 pessoas, vindas do Brasil, dos Estados Unidos e da Argentina, participam da iniciativa. Além de biólogos, veterinários e estudantes, o grupo tem até três pescadores argentinos. "Eles são ágeis para manobrar o barco, cercam os bichos como ninguém", explica Cremer, chefe do Projeto Toninhas, professora da Univille (Universidade da Região de Joinville) e responsável por controlar a confusão de idiomas e sotaques.
Após 20 minutos cortando as águas escuras da baía, uma estudante de doutorado avista, de binóculo, o que parece ser um grupo.
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