COTIDIANO
Golpe militar não merece comemoração!
Publicado em 23/11/2018 às 9:24 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:37
Nesta sexta-feira (23), logo cedo, li na Folha que o futuro ministro da Educação, o colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, disse que o golpe de 64 deve ser comemorado.
Um presidente civil, eleito pelo povo (Jango era o vice que assumiu na renúncia de Jânio), é deposto por militares que, por 21 longos anos, submetem o país a governos de exceção.
O que há para comemorar nisso?
A propósito, conto uma historinha que está bem guardada na minha memória:
Cresci durante a ditadura militar iniciada em abril de 1964 com a deposição do presidente João Goulart.
Logo cedo, aprendi com meu pai que a expressão "Revolução de 31 de Março" estava errada.
O certo era chamar de golpe militar o movimento que depusera Jango.
Na Semana da Pátria, nas escolas onde estudei, recebíamos como tarefa trabalhos sobre o que, oficialmente, era chamado de "Revolução".
Na hora de fazer o dever de casa, uma vez perguntei ao meu pai que expressão deveria usar, e ele foi taxativo:
"Não use revolução porque está errado. Mas não use golpe militar porque não é permitido".
E me ensinou um eufemismo: movimento militar de 31 de março.
Segui a lição do meu pai até o dia em que tive a liberdade de escrever e pronunciar golpe militar.
As fotos são do mestre Evandro Teixeira.
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