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COTIDIANO

Grã-Bretanha endurece regras para imigrantes de fora da UE

Governo vai exigir mestrado e salário anterior de R$ 70 mil por ano para dar visto de trabalho a imigrantes de fora da UE.

Publicado em 23/02/2009 às 14:34

Do G1

O governo britânico deverá endurecer as regras para os trabalhadores imigrantes de fora da União Européia, declarou a ministra do Interior Jacqui Smith à BBC.

A partir de abril, os imigrantes de fora da União Européia que queiram imigrar para a Grã-Bretanha sem uma oferta de emprego terão de ter um mestrado - e não apenas curso universitário, como nas regras atuais - e um salário anterior equivalente a 20 mil libras por ano (cerca de R$ 70 mil).

"Estou, na verdade, aumentando o nível de exigência", disse a ministra.

Pelas regras atuais, a permissão de entrada na Grã-Bretanha de trabalhadores qualificados de fora da União Européia pelo programa "Highly Skilled Worker" é baseada em um sistema de pontuação que leva em conta os rendimentos anteriores, possível experiência anterior no país, idade, nível de conhecimento da língua inglesa e fundos para iniciar a vida na Grã-Bretanha.

Portanto, se o candidato, por exemplo, tiver um salário anterior inferior a 20 mil libras ele ainda poderia compensar a falta de pontos nesta categoria com mais pontos em categorias como ensino e nível de conhecimento da língua ou vice-versa.

O Ministério do Interior decidiu endurecer as exigências em uma resposta à atual crise econômica e às crescentes queixas de trabalhadores britânicos de que imigrantes estariam tirando os empregos da população local.

Segundo a ministra, o governo tem de garantir que sua política em relação aos trabalhadores estrangeiros responda às circunstâncias atuais e afirmou que imigrantes qualificados não deveriam ocupar cargos que não tenham sido anunciados para trabalhadores britânicos.

"Estou propondo, por exemplo, que não seja possível alguém chegar ao país e obter um emprego que exige qualificação, a menos que a vaga já tenha sido anunciada para candidatos britânicos e não tenha sido preenchida", disse Smith.

A ministra também ordenou que seja investigado o impacto da chegada das famílias de trabalhadores imigrantes à Grã-Bretanha.

No ano passado, o número de trabalhadores estrangeiros na Grã-Bretanha chegou a 3,8 milhões.

Porém, um porta-voz do Partido Conservador, de oposição ao governo, acusou Smith de estar tangenciando o problema.

"Jacqui Smith está claramente preocupada com o nervosismo das pessoas em relação aos níveis de imigração que temos visto sob este governo", disse Damian Green.

"Ela tem razão, mas o que ela está fazendo não é o suficiente. É preciso um limite anual explícito no número de pessoas entrando aqui."

"Isso deixaria as pessoas confiantes no sistema, nós teríamos o número certo de pessoas, bem como os talentos que precisamos neste país", afirmou Green.

O Ministério do Interior estima que, com as medidas, 12 mil imigrantes a menos entrariam na Grã-Bretanha a cada ano.

A ministra ainda propõe novos programas para qualificar trabalhadores britânicos nas áreas em que falta mão-de-obra.

"Nós vamos rever as qualificações e adotar ações onde quer que identifiquemos uma falta", disse Smith.

O uso de trabalhadores estrangeiros voltou a causar polêmica na Grã-Bretanha depois que uma semana de disputa em uma refinaria francesa no leste da Inglaterra, operada pela Total, fez com que a empresa concordasse em empregar mais moradores locais.

A ministra disse ainda que o Comitê de Aconselhamento sobre Migração deve estudar também a questão das famílias que acompanham os trabalhadores não-europeus.

"Há várias perguntas que queremos fazer: seu acesso ao mercado de trabalho; e até que ponto eles, bem como as pessoas que vêm com eles, precisam demonstrar que contribuição farão à economia britânica", disse Smith.

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Jornal da Paraíba

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