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COTIDIANO

Internação dos três menores é mantida

Adolescentes e pais foram interrogados, uma nova audiência acontecerá nesta quinta-feira (15) para ouvir vítimas e testemunhas.

Publicado em 07/03/2012 às 6:30


Os três adolescentes acusados de participação no estupro coletivo em Queimadas, no Agreste paraibano, foram ouvidos ontem em audiência de apresentação no fórum da cidade. A juíza da Vara de Infância e Juventude, Andréa Dantas Ximenes, interrogou os jovens e seus pais, responsáveis ou representantes legais, com objetivo de traçar um perfil dos acusados. Todo o procedimento judicial dos menores deverá ser concluído até o dia 29 de março.

Uma nova audiência foi marcada para o próximo dia 15 deste mês, onde deverão ser ouvidas vítimas sobreviventes e testemunhas da barbárie. Os adolescentes irão continuar internados no Lar do Garoto, em Lagoa Seca, até a conclusão do procedimento. Quanto aos sete maiores acusados de participação no caso, o grupo está sendo citado pela Justiça e cada um deles deverá apresentar defesa individualmente nos próximos dias.

“A defesa dos menores tem três dias para apresentar as testemunhas e tentar apresentar uma nova versão para os fatos.

Nos depoimentos eles mantiveram praticamente a mesma história, de que a festa era para estuprar as vítimas, mas que o Eduardo Pereira dos Santos, 28 anos, acabou matando duas delas”, observou o promotor de Queimadas, Márcio Teixeira. As vítimas foram a recepcionista Michele Domingos da Silva, 29 anos e a professora Isabela Jussara Frazão Monteiro, de 27 anos.

A Polícia Militar realizou a escolta dos adolescentes, que encontram-se internados no Lar do Garoto, em Lagoa Seca. Foi montado um aparato de segurança que isolou toda a área do Fórum de Queimadas e apenas familiares, advogados e os acusados tiveram acesso ao local, além de funcionários. Muitos moradores ainda revoltados com a barbárie ocorrida no último dia 12 de fevereiro aguardaram a audiência do lado de fora do cordão de isolamento.

“Toda a cidade está muito triste. É uma pena ver gente tão nova se meter com esse tipo de crime. São meninos que não precisam disso e foram fazer coisa errada. Não tem como aceitar uma coisa absurda como a que eles fizeram”, disse a dona de casa Emília de Souza Ramos, 49 anos.

Prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a oitiva assemelha-se a um interrogatório, com objetivo de traçar um perfil psicológico e familiar do adolescente, para que seja adotada a medida sócio-educativa mais cabível ao caso concreto. “Nesta audiência foram ouvidos os adolescentes e os pais, para traçar um perfil da personalidade deles. O Ministério Público pediu a manutenção das internações”, informou o promotor Márcio Teixeira.

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Jornal da Paraíba

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