COTIDIANO
Internações na Paraíba por doenças provenientes da água estão acima da média nacional
Estudo do Instituto Trata Brasil publicado nesta terça (5) tem dados de 2019.
Publicado em 05/10/2021 às 19:53
A Paraíba registrou em 2019 um total de 5.877 internações provocadas por doenças de veiculação hídrica, que são aquelas em que a água é o principal veículo de transmissão. Em termos proporcionais, isso significa 14,50 casos de internações para cada 10 mil habitantes, deixando o estado em 14º lugar na lista de estados que mais sofrem com o problema.
Os dados estão no estudo "Saneamento e Doenças de Veiculação Hídrica – Ano Base 2019”, que foi publicado nesta terça-feira (5) pelo Instituto Trata Brasil. A entidade é especializada em debates sobre saneamento básico e, com o estudo, tenta demonstrar que é urgente mais investimentos na área.
Em números totais, o Brasil registrou 273.403 internações por doenças de veiculação hídrica em 2019, num aumento de 30 mil hospitalizações se comparado com o ano anterior. A incidência foi de 13,01 casos por 10 mil habitantes no país, o que indica que a média paraibana é maior do que a nacional. Ao todo, o SUS gastou R$ 108 milhões com o problema.
De acordo com o Instituto, o sistema de saúde brasileiro já vivia sobrecarregado antes mesmo da pandemia de coronavírus, e isso já acontecia porque cerca de 35 milhões de pessoas vivem em locais sem acesso à água tratada, de que 100 milhões de pessoas vivem sem acesso à coleta de esgoto e somente 49% dos esgotos no país são tratados.
Os dados mostram ainda que as regiões Norte (12%) e Nordeste (28%) são as que possuem a menor parcela da população com acesso à coleta de esgoto, e são justamente nos estados desses locais que as doenças são mais frequentes em termos proporcionais, numa evidente relação em falta de saneamento e doenças de veiculação hídrica.
Maranhão (54,04), Pará (32,62), Piauí (29,64) e Rondônia (22,96) são os estados com os piores índices de internação a cada 100 mil habitantes.
Comentários