COTIDIANO
'Intervenção não': entidades estudantis criticam nomeação do novo reitor da UFCG
Antônio Fernandes ficou em terceiro lugar na consulta à comunidade acadêmica, mas foi nomeado por Bolsonaro.
Publicado em 23/02/2021 às 15:50 | Atualizado em 23/02/2021 às 17:57
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Alunos da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e entidades estudantis têm criticado a nomeação do professor Antônio Fernandes como novo reitor da instituição, pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Ele foi o terceiro colocado na eleição interna da UFCG, com 19,47% do total de votos. A nomeação saiu no Diário Oficial da União (DOU) nesta terça-feira (23).
Há prerrogativa jurídica para nomeação de Antônio Fernandes, mesmo ele sendo o 3º colocado na Lista Tríplice, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que o presidente pode indicar qualquer um dos nomes da lista, sem seguir a ordem de votação.
No entanto, representações estudantis estão se opondo à nomeação. O Diretório de Central dos Estudantes da UFCG (DCE) emitiu uma nota onde classifica Antônio Fernandes como "possível interventor", associando sua posse como reitor à uma intervenção, uma vez que não foi legitimamente eleito pela comunidade acadêmica.
"Nós do DCE-UFCG reiteramos o nosso compromisso em lutar pela defesa da democracia e autonomia universitária deixamos também, claro que não cruzaremos os braços e não ficaremos em silêncio enquanto o interventor não renunciar e os ataques persistirem. Não baixaremos a cabeça até que o reitor eleito seja empossado", diz a nota.
A entidade também afirma que Antônio Fernandes e seu vice, Mário Eduardo, demonstraram interesse em serem nomeados mesmo sem o apoio da comunidade acadêmica ainda no processo eleitoral, e reitera que os estudantes foram "surpreendidos com a nomeação pelo Governo Bolsonaro de Antônio Fernandes Filho para a Reitoria de nossa Universidade".
A União Nacional dos Estudantes (UNE) também repercutiu de maneira negativa a nomeação de Antônio Fernandes. A entidade lembrou que a UFCG é mais uma universidade onde o primeiro colocado na consulta acadêmica não foi escolhido por Bolsonaro como reitor, e também classifica o ato como "intervenção".
"Intervenção não! Reitor eleito, reitor empossado. Mais uma universidade entra na terrível lista das intervenções de Bolsonaro, mais uma autonomia atacada e ferida. Vai ter luta", afirma a UNE em nota.
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) também teve como reitor nomeado o terceiro colocado na consulta à comunidade acadêmica, professor Valdiney Gouveia. Apesar das críticas e dos protestos realizados por estudantes, Valdiney Gouveia tomou posse e é o atual reitor da instituição.
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