COTIDIANO
Investigação do caso Aryane entra na reta final; prazo é até sexta
Delegada tem até sábado 15 para concluir inquérito, mas espera entregá-lo na sexta devido ao expediente da Justiça. Ela aguarda detalhes de laudos e ouve testemunhas.
Publicado em 11/05/2010 às 10:20
Karoline Zilah
A delegada Iumara Gomes espera apresentar até a próxima sexta-feira (14) à Justiça as conclusões de suas investigações sobre a morte de Aryane Thays Carneiro de Azevedo, de 23 anos, cujo corpo foi encontrado abandonado seminu em um matagal às margens da BR-230, em João Pessoa, no dia 15 de abril.
Até o momento, o principal suspeito é o ex-namorado da vítima, o estudante de Direito Luís Paes Neto, da mesma idade, de quem Aryane estava grávida. Ele continua preso preventivamente na Central de Polícia, na Capital.
Considerando-se otimista, a delegada informou ao Paraíba1 que tem, oficialmente, até o sábado (15) para entregar o inquérito finalizado, porém quer concluir até sexta, já que no sábado não há expediente no judiciário. “Caso eu realmente não consiga terminar a tempo, é possível pedir uma prorrogação por mais 30 dias”, comentou.
Iumara Gomes disse ainda aguarda detalhamentos solicitados por ela capazes de esclarecer alguns pontos levantados pelos laudos das perícias. Foram feitas análises no carro de Luís Neto e no computador de Aryane, além dos exames de corpo de delito no suspeito, de DNA no feto, cadavérico e laboratorial (que descartou qualquer violência sexual em sua morte).
Até a sexta-feira, devem ser ouvidas algumas pessoas com quem Aryane teve contato telefônico e pessoal na noite em que foi assassinada. As testemunhas foram localizadas a partir da quebra do sigilo telefônico dos celulares da vítima e do suspeito. Com base nos registros das ligações feitas, a delegada já convocou e ouviu várias pessoas que conversaram com Aryane em seu último dia de vida.
Na semana passada, ela realizou oitivas também com o homem que encontrou o corpo e acionou a polícia, bem com os policiais militares que tiveram os primeiros contatos com o local (foto) onde a vítima foi deixada morta. Isto porque, segundo Iumara Gomes, há fortes indícios de que a jovem foi assassinada em outro lugar, e a 'suposta cena do crime' teria sido forjada.
Hipótese de outro suspeito
Quando questionada sobre a existência de mais algum suspeito para o crime, a delegada foi enfática ao afirmar que tem provas apenas de que a Luís Neto foi a última pessoa que teve contato por telefone com Aryane.
“Algumas pessoas me falaram informalmente que Luís deu entrevistas e apresentou duas versões sobre a existência de uma pessoa que estaria acompanhando Aryane na noite em que ele a encontrou. Mas ele se negou a falar sobre o assunto na minha presença, então não tenho informações oficiais sobre esta hipótese”, explicou.
Procedimentos da denúncia
Após concluído, o inquérito será encaminhado ao promotor do caso. Ele decidirá se vai apresentar a denúncia à Justiça ou se precisará de mais diligências e investigações.
“A minha parte é investigativa. Se chegarmos ao indiciamento, se ele [Luís Neto] é culpado ou inocente, quem vai decidir é a justiça. No processo ele vai ter direito de se defender dos indícios e denúncias que pesam contra ele”, comentou a delegada Iumara Gomes.
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