COTIDIANO
Israel anuncia nova onda de construções
Aprovada por grande maioria anteontem, a entrada da Palestina como membro pleno da Unesco foi considerada uma provocação pelo governo israelense e um erro pelos EUa.
Publicado em 02/11/2011 às 6:30
O governo israelense anunciou ontem uma nova onda de construções em assentamentos da Cisjordânia e Jerusalém Oriental em resposta à entrada da Palestina como membro da Organização da ONU para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A medida faz parte de um pacote de sanções contra a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que também inclui o congelamento do repasse de impostos palestinos recolhidos por Israel.
Aprovada por grande maioria anteontem, a entrada da Palestina como membro pleno da Unesco foi considerada uma provocação pelo governo israelense e um erro pelos Estados Unidos, que cortaram a ajuda à organização. Cerca de 2.000 novas unidades habitacionais serão construídas em Jerusalém Oriental e em assentamentos da Cisjordânia - ocupados em 1967.
Antecipando críticas, o comunicado do governo enfatiza que as novas construções ficam em "áreas que permanecerão como parte de Israel sob qualquer futuro acordo".
Um membro do governo justificou o pacote de sanções como um reflexo da impaciência do público em Israel com as ações da liderança palestina. "Eles se recusam a condenar os ataques de mísseis [de Gaza] que mataram um israelense, elogiam o sequestro do soldado Gilad Shalit, se negam a conduzir negociações de paz e recorrem a ações unilaterais, na ONU", disse.
ACELERAÇÃO
Para os palestinos, que ontem comemoravam a entrada na Unesco, a decisão de construir nos territórios ocupados "acelera a destruição do processo de paz", segundo o porta-voz do presidente da ANP, Mahmoud Abbas. Nabil Abu Rdainah chamou de "desumano" o congelamento da transferência de cerca de R$ 143 milhões que estava prevista para esta semana.
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