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COTIDIANO

Já está solto diretor de presídio preso em ação da Polícia Federal em Patos

Prisão aconteceu durante força-tarefa previdenciária da Polícia Federal, sob denúncia de fraude no INSS. Uma coletiva foi marcada para explicar a soltura do acusado.

Publicado em 05/11/2010 às 14:29

Da Redação

Poucas horas foi o tempo que ficou detido o tenente da Polícia Militar, Francisco Olímpio de Queiroga, que estava há mais de 20 anos no cargo de diretor do Presídio Regional de Patos, e foi preso, nesta sexta-feira (5), acusado de ter armas de uso exclusivo das forças armadas e ser conivente com a entrada de drogas na penitenciária. A prisão aconteceu durante uma ação da Polícia Federal, que realizava uma força-tarefa previdenciária, sob denúncia de fraude no INSS.

A PF investiga o uso de declarações falsas para receber retroativos do INSS com valores que chegavam a R$ 50 mil. Enquanto a polícia cumpria o mandado de busca e apreensão na casa de detenção de Patos, também foram encontradas, em posse do tenente, armas de calibre restrito. Por isso, ele foi afastado e detido. O secretário estadual de Administração Penitenciária, Carlos Mangueira, confirmou que está providenciando o afastamento do diretor.

Além do diretor, foi preso o motorista dele, um presidiário do regime semiaberto conhecido como “Buldogue”, que também já foi liberado, segundo informou a assessoria do 3º Batalhão da Polícia Militar, em Patos. O motivo da soltura não foi esclarecido, mas a Polícia Federal já marcou para às 16h, na sede de Patos, uma entrevista coletiva onde a prisão e o desenrolar da ação será explicada;

O secretário Carlos Mangueira informou que o agente penitenciário Joaquim Martins foi nomeado para substituir o tenente no cargo de diretor interino, pelo menos até que um novo diretor seja escolhido. Foi Mangueira quem informou que os dois funcionários afastados estariam envolvidos com a facilitação de entrada de drogas no presídio, o que é considerado tráfico de drogas.

Defesa

Segundo o escritório de advocacia que representa o tenente Olímpio, a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão e, ao visitar o local de trabalho do diretor do presídio, encontrou cápsulas de uso exclusivo das Forças Armadas, que não seriam dele. O flagrante teria ocorrido devido às munições e não devido às supostas investigações por ligação com o tráfico de drogas.

Quando questionada sobre as denúncias de que o tenente estaria facilitando a entrada de drogas no presídio, a defesa declarou que não tem conhecimento do assunto. O mandado de busca seria relativo a investigações que ainda estão em andamento pela Polícia Federal.

Polícia Federal

A operação Cara de Pau levou este nome em razão de o grupo criminoso utilizar o mesmo modus operandi da Operação Cárcere, deflagrada em 2007 na mesma região da Paraíba, resultando em concessão do benefício previdenciário auxílio-reclusão para dependente de pessoas declaradas reclusas, com uso de certidões carcerárias falsas ou com dados adulterados e registros de paternidade retroativos.

A retroação da paternidade e, consequentemente, do benefício, gerava pagamento de valores elevados, alguns deles chegando a 80 mil reais, o que chamou a atenção do Monitoramento Operacional de Benefícios do INSS, levando-o a acionar a Força-Tarefa Previdenciária.

A presteza da ação da Força Tarefa Previdenciária foi determinante para interromper as atividades do grupo criminoso enquanto as irregularidades estavam começando. Segundo avaliação preliminar, cerca de 15 benefícios foram concedidos irregularmente, somando mais de 300 mil reais de prejuízo aos cofres da União.

Atualizada às 17h47

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Jornal da Paraíba

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