COTIDIANO
Janis Joplin (ainda) é a maior voz feminina do rock!
Publicado em 04/10/2017 às 6:30 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:44
A primeira imagem que o mundo guardou dela talvez tenha sido a da sua performance no documentário Monterey Pop, de 1967.
A jovem texana branca cantando Ball and Chain, um blues demolidor.
Na plateia, Mama Cass, do quarteto The Mamas and The Papas, assiste (literalmente) com a boca aberta!
Era Janis Joplin, cantora de um grupo tosco (o Big Brother and The Holding Co.) que logo seria suplantado pela força da sua voz.
Nesta quarta-feira (04), faz 47 anos que Joplin morreu solitariamente no quarto de um hotel por causa de uma dose de heroína.
Tinha 27 anos e lutava contra o vício.
Tudo o que o mundo conservou dela aconteceu entre 1967 e 1970.
Janis Joplin é de uma linhagem de grandes cantoras à qual pertencem mulheres atormentadas que levaram suas dores para o que cantaram.
O que elas sentiam (ou o que faltava a elas) estava explícito na performance vocal. Sobrepunha-se ao idioma da canção.
Bastava ouvir, com alguma sensibilidade, para entender.
Isso é o que há de extraordinário nela. Como em Billie Holiday, Maysa, Edith Piaf, Nina Simone, Elis Regina, Amy Winehouse. Não importa o estilo que abraçaram, nem o lugar de onde vieram.
Janis gravou apenas três discos. Quando morreu, o quarto (Pearl) estava praticamente concluído. É o seu legado, ampliado por alguns álbuns póstumos e as imagens dos shows que já vimos em dois documentários dedicados à sua história.
Dizer que era uma branca que cantava como os negros é sempre uma definição imprecisa. Ninguém canta como os negros.
Mas era uma branca que ouviu muito bem a música dos negros americanos, adotando-a como fonte, como matriz, e que tinha um talento extraordinário.
Sua voz não pôde ser lapidada porque sua carreira foi meteórica.
No rock, no blues, no soul, no country, nos estúdios e nos palcos - Janis Joplin era um diamante em estado bruto.
E que diamante!
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