COTIDIANO
Jornalista brasileiro é assaltado em Joanesburgo por nove homens armados
‘Me pergunto se esse país tem ou não condição de organizar uma Copa do Mundo’, diz repórter do ‘Estado de S. Paulo'.
Publicado em 12/04/2010 às 17:06
Do Globoesporte.com
O jornalista brasileiro Cristiano Dias, enviado do “Estado de S. Paulo” à África do Sul, foi assaltado no último sábado por nove homens armados em Joanesburgo. A 60 dias para o início da Copa do Mundo, o repórter colocou em dúvida a garantia de segurança para os torcedores que forem ao país ver os jogos.
- Desde então, me pergunto se esse país tem ou não condição de organizar uma Copa do Mundo. Dentro de 60 dias, estarão aqui as melhores seleções e os jogadores mais caros do mundo. Com eles, virão jornalistas e alguns milhares de torcedores. Baseado no fato de que tudo isso é inexorável, a resposta é sim, haverá uma Copa. Será a Copa da África, mas não será uma Copa qualquer – disse Cristiano.
O repórter citou que “todos os dias são registrados 50 assassinatos, 100 estupros e 700 assaltos à mão armada” na África do Sul. Para Cristiano, os torcedores não terão a liberdade de comemorar nas ruas após as partidas. O jornalista evitou também comparar a criminalidade no país com a do Brasil:
- Para os brasileiros, que acham que tudo isso é uma bobagem porque já estão acostumados com a violência das grandes cidades, um alerta: abram os dois olhos. Separados pela distância de um oceano, é difícil ter a dimensão do que foi o apartheid. Nosso único parâmetro seria a escravidão, no período colonial, que terminou 122 anos atrás. Em termos históricos, o fim do apartheid e a eleição de Nelson Mandela são eventos recentes. (...) Seria como se a princesa Isabel assinasse a Lei Áurea em 1991 e, três anos depois, o Brasil elegesse Zumbi dos Palmares como presidente. Mudança radical. Clima pesado. O clima na África do Sul é pesado, o ressentimento está no ar.
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