COTIDIANO
Julgamento de vaqueiro começa com mais de uma hora de atraso em Queimadas
Já condenado por um crime de estupro, Leônio Barbosa Arruda é julgado pelo sequestro e tentativa de homicídio de uma dona de casa, em 2012.
Publicado em 12/11/2015 às 10:50
Começou por volta das 9h30, no fórum da cidade de Queimadas, no Agreste paraibano, o julgamento do vaqueiro Leônio Barbosa de Arruda. Neste júri ele responde pelo sequestro e tentativa de homicídio contra a dona de casa Antônia Rodrigues de Sousa Duarte, que reconheceu ele como agressor, em 2012 e foi fundamental para a prisão dele. Leônio também já foi condenado à 34 anos de prisão pelo estupro e assassinato de Ana Alice de Macedo Valentim, em agosto deste ano.
O julgamento deveria ter começado às 8h, mas teve um atraso por conta do deslocamento do réu entre o presídio PB1, em João Pessoa, até a o fórum da cidade de Queimadas. O júri é presidido pelo juiz Antônio Gonçalves Ribeiro e a acusação do Ministério Público está sendo feita pelo promotor de justiça Márcio Teixeira. A promotoria e os advogados da vítima pedem a condenação máxima para o crime, prevista em 14 anos.
A defesa do réu está sendo feita pelo advogado Márcio Bandeira, que destacou não ter o objetivo de desqualificar a acusação, mas repudia exageros em relação ao crime. “O réu confessou o crime e nós não vamos desqualificar as acusações. Mas é preciso centrar o julgamento nas informações presentes no processo e não no que foi especulado pela sociedade, como informações de que houve torturas e outras práticas além do que realmente aconteceu”, explicou o advogado de Leônio.
Segundo a acusação, Antônia sobreviveu ao sequestro e à tentativa de homicídio praticados por Leônio no final de outubro de 2012, quase dois meses após o desaparecimento de Ana Alice. Por volta das 17h, a dona de casa fazia uma caminhada na zona rural do município de Caturité, a 16km de Queimadas, quando foi abordada pelo vaqueiro, à época com 22 anos, que armado com uma espingarda calibre 12 a obrigou a entrar no veículo que conduzia e, após mantê-la em seu poder por algumas horas, a agrediu violentamente, chegando a amputar parcialmente a orelha direita da mulher, fazendo-a perder os sentidos.
Ao acreditar que sua vítima estava morta, ele a jogou em um buraco de uma caixa d’água e fugiu. Mesmo gravemente ferida, na manhã do dia seguinte ela conseguiu sair do local onde foi jogada para buscar ajuda. Foi graças à sua denúncia que o seu algoz foi preso e acabou confessando ainda o estupro e assassinato de Ana Alice. O criminoso indicou o local onde o corpo da jovem estava enterrado, pondo fim à busca desesperada da família pelo paradeiro da adolescente.
A dona de casa sobrevivente diz que espera justiça e teme que ele volte as ruas. “Não tenho ódio por ele, porque o ódio não leva a nada. Tenho sim, o sentimento de justiça, de querer que ele pague por todos os seus erros, porque um homem desses é um perigo para a sociedade, eu tenho certeza de que ele não se recupera nunca”, diz emocionada, Antônia.
O júri popular está sendo formado por cinco mulheres e dois homens. A previsão é que o julgamento chegue ao fim e a sentença saia até o final da tarde. As testemunhas de acusação foram dispensadas.
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