Justiça liberta médico e despanchante suspeitos de fraudes em CG

Karoline Zilah

A Justiça expediu um alvará de soltura em favor do médico Godofredo Borborema, acusado de comandar um esquema de cobrança por cirurgias que já eram pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele foi preso temporariamente quando se entregou à polícia no dia 14 de março e foi encaminhado ao Presídio do Serrotão, mas precisou ser transferido para o Centro Hospitalar João XXIII devido a uma crise hipertensiva, agravada por sua diabetes.

De acordo com o advogado Félix Araújo, com o médico respondendo em liberdade, a expectativa da defesa agora é de que ele possa voltar a prestar serviços comunitários no Instituto São Vicente de Paulo. A pena corresponde a uma condenação por prática semelhante, quando o médico foi acusado de emitir laudos médicos irregularmente.

Os outros quatro acusados de envolvimento no esquema do SUS também estão em liberdade. Entre eles, José Ismar de Lima, despachante do seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), cujo prazo de prisão temporária terminou junto com a do médico Godofredo Borborema.

Entre as acusações envolvendo as cinco pessoas presas durante a Operação Hipócrates, estão o crime de concussão, ou seja, extorsão cometida por um funcionário público. Eles também podem ser indiciados por formação de quadrilha.

O advogado Félix Araújo ressaltou que vai continuar os trabalhos de defesa do médico e ressaltou que o caso ainda está em fase de investigação, não existindo ainda um processo penal instaurado contra ele.

O Ministério Público Estadual e o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil apuram se outros médicos ou administradores de unidades hospitalares participavam das fraudes. Diretores de hospitais públicos de Campina Grande foram ouvidos para ajudar nas investigações.