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COTIDIANO

Leia resumo das teses levantadas por defesas e réus no tribunal

Carlos José e Edileuza apresentaram divergências em depoimentos.

Publicado em 17/09/2010 às 6:12 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:34

Karoline Zilah

No crime que ficou conhecido como Chacina do Rangel, foram assassinados o gesseiro Moisés Soares Santos, de 33 anos, sua esposa Divanise Lima dos Santos e os filhos Raíssa (dois anos), Raí (4) e Raquel (10).

Segundo denúncia do Ministério Público confirmada por praticamente todas as testemunhas que prestaram depoimento na quinta-feira (16), os meninos Rian, de seis anos, e Priciano, de 15, estavam dentro da casa quando houve o extermínio. Ambos sobreviveram. A criança sofreu um corte profundo no rosto e ficou com uma cicatriz. Já o adolescente saiu ileso por ter se escondido embaixo de uma cama.

Durante todo o dia, falaram oito testemunhas, sendo duas da acusação, três da defesa de Carlos e três de Edileuza. Além deles, houve um declarante convocado pela promotoria, o sobrevivente Priciano. Três policiais militares que atenderam à ocorrência na madrugada do crime, no dia 9 de julho de 2009, explicaram suas versões. Um deles depôs em nome da defesa de Carlos José, mas com o objetivo de também incriminar Edileuza pelas mortes.

Entre os policiais, o discurso foi o mesmo: o de que Divanise, ainda viva, teria atribuído a morte do marido a Carlos, e que teria sido agredida por Edileuza. A mesma foi acusada de matar, também, as crianças.

Depoimentos dos réus e contradições

Os réus divergiram em vários pontos de seus relatos sobre como foi a noite do crime. Segundo Carlos (foto), incentivado pela esposa, ele chegou a confessar para ela sua vontade de matar o vizinho Moisés. Ele disse que estava decidido a executar o gesseiro, mas que não era a favor que a esposa se envolvesse. Segundo Carlos, sem sua permissão, Edileuza foi até a casa e matou as crianças e a mãe delas.

Ele reforçou que a esposa tinha motivos para querer matar Divanise e o adolescente Priciano, filho das vítimas, devido às constantes desavenças que aconteciam entre as duas famílias.

Carlos José disse que tinha certeza de que seria condenado, por isso chegou a pedir permissão ao juiz para se ajoelhar e pedir perdão, mas o presidente do julgamento, Marcos William, negou. Ainda assim, ele pediu perdão à sociedade pelo crime que cometeu. "Nunca passou pela minha mente fazer mal às crianças, quanto mais à mulher", disse Carlos. Como réu confesso do assassinato de Moisés, ele tentou evitar uma condenação pela morte de mais quatro pessoas.

Bem menos aberta a falar, a acusada Edileuza apostou na versão de que não teve nenhum envolvimento no crime, nem intelectual, nem físico. Ela também relatou episódios de agressões físicas e verbais ocorridas entre os vizinhos, mas não assumiu ter participado das chacotas mútuas.

Ela entrou em contradição ao dizer que, ao invés de estar dormindo, estava escutando música enquanto Carlos estava fora de casa.

Ao dizer isso, Edileuza pôs em dúvida o depoimento que sua irmã Edilene havia dado mais cedo. Segundo a irmã, a acusada teria relatado inúmeras vezes que estava dormindo. Ela teria acordado com os gritos das vítimas falando o nome de Carlos e o xingando.

Três versões para o mesmo crime

Durante todo o julgamento, a promotoria questionou as três versões apresentadas pelo réu Carlos José desde que foi preso em flagrante, ainda na madrugada do crime. A primeira foi quando ele negou qualquer participação na chacina, mas, frente à acusação dos sobrviventes, foi levado à delegacia.

A segunda foi na audiência de instrução de julgamento, em novembro do ano passado, quando Carlos assumiu a autoria das cinco mortes. E a terceira, neste ano, é a hipótese de que ele teria matado o gesseiro Moisés e de que Edileuza foi a responsável pelas mortes das três crianças e da mãe delas.

Teses das defesas

Os réus foram defendidos separadamente. Da parte de Carlos José, o advogado Jerônimo Ribeiro mostrou fotos da perícia alegando que há provas contra Edileuza. segundo ele, com o auxílio do médico legista Genival Veloso, chegou-se à conclusão de que os cortes detectados nas vítimas apresentavam profundidades diferentes, o que leva a crer que uma pessoa com menos força e de menor porte teria executado as crianças e a mãe Divanise.

As fotografias das vítimas também foram mostradas pelo defensor público de Edileuza, Argemiro Queiroz de Figueiredo. Porém, desta vez, ele disse ter percebido que os crimes foram praticados da mesma forma (mesmo modus operandi), e que por isto só poderiam ter sido cometidos por uma mesma pessoa.

Os dois representantes dos réus levantaram dúvidas sobre o depoimento de Priciano, o filho sobrevivente das vítimas. Segundo eles, o rapaz fantasiou e inventou fatos sobre a noite da chacina, devido ao trauma e à vontade de dar uma satisfação aos parentes e à sociedade.

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Jornal da Paraíba

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