COTIDIANO
Lembranças de um 15 de novembro. Éramos mais republicanos?
Publicado em 15/11/2017 às 10:19 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:44
15 de novembro de 1982.
Hoje, faz 35 anos.
Naquela segunda-feira, feriado da Proclamação da República, o Brasil dava mais um passo no caminho da redemocratização:
a retomada das eleições dos governadores.
Na Paraíba, a disputa foi entre Wilson Braga, do PDS, o partido apoiado pelos militares, e Antônio Mariz, do PMDB.
O bancário Derly Pereira disputava pelo Partido dos Trabalhadores.
Era a primeira eleição da qual o PT participava.
Fiz parte de um grupo que votou em Derly.
Artistas, intelectuais, jornalistas - compramos espaço nos jornais e divulgamos um manifesto de apoio ao novo partido e a uma candidatura que era meramente simbólica, mas entendíamos importante.
Venceu Wilson Braga (na foto com o presidente João Figueiredo).
O PDS foi o grande vitorioso no Nordeste.
Curioso. Naquela época, eu trabalhava em A União, o jornal do governo, e na Secom, a secretaria de comunicação do governo.
Votei (como outros colegas) num candidato de oposição. Assumi publicamente meu voto. Assinei manifesto publicado nos jornais.
Empossado Wilson Braga, em março de 1983, não sofri nenhuma perseguição.
Continuei (continuamos) em A União e na Secom.
Eram todos mais republicanos num tempo em que ninguém precisava ficar dizendo que sim?
De vez em quando me faço essa pergunta.
Nas eleições de 1982, Franco Montoro venceu em São Paulo, Leonel Brizola no Rio de Janeiro, Tancredo Neves em Minas Geais.
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