COTIDIANO
Levantamento contabiliza 21 mortes por homofobia na Paraíba
Dados fazem parte de um levantamento realizado pelo Movimento do Espírito Lilás (MEL).
Publicado em 27/12/2011 às 9:00
Onze gays, seis travestis ou transexuais, três lésbicas e um heterossexual. Esse foi o saldo dos assassinatos ocorridos em 2011 por motivação homofóbica na Paraíba. Os crimes aconteceram nos municípios de João Pessoa, Campina Grande, Queimadas, Sousa, Cabedelo, Bananeiras, Santa Rita e Patos.
Os dados fazem parte de um levantamento realizado pelo Movimento do Espírito Lilás (MEL), em parceria com a Comissão da Diversidade Sexual e Direito Homoafetivo da Ordem dos Advogados do Brasil na Paraíba (OAB-PB).
Os números deste ano são considerados expressivos se comparados a anos anteriores. No período de janeiro de 1990 a dezembro de 2011, foram registrados os assassinatos de 128 homossexuais na Paraíba, o que chega a uma média de pouco mais de 5 por ano. O crescimento dos assassinatos e das agressões contra a população LGBT na Paraíba, para o presidente do MEL Luciano Vieira, demonstra a falta de ações de políticas públicas voltadas par este segmento social.
“Temos conhecimento dos altos índices do aumento da violência contra a população paraibana em geral, porém a falta de políticas sociais, de leis que punam os agressores homofóbicos, de uma política pública para a segurança e a rearticulação do conservadorismo, no cenário político regional motivaram o crescimento dos crimes de ódio contra a comunidade LGBT no nosso Estado”, disse Vieira.
O vice-presidente do MEL, Renan Palmeira, disse que ainda há muita desinformação, o que faz a sociedade não vincular o assassinato de um integrante da comunidade LGBT com crime por homofobia. Para Palmeira, as formas como os crimes são praticados demonstram claramente o desejo não apenas de matar, como de desumanizar e despersonalizar o indivíduo. “Nos inquéritos é comum encontrarmos vítimas desfiguradas por disparos efetuados em seus rostos ou lesionadas por espancamentos gravíssimos, no ensejo de torná-los algo menos que um indigente”, explica.
Apesar do aumento nas mortes por homofobia, o MEL comemora alguns avanços conquistados pela comunidade LGBT este ano.
“Obtivemos ganhos reais em 2011, com o reconhecimento da união homoafetiva pelo STF, a visibilidade da luta pela cidadania LGBT na mídia nacional e regional e a participação da população na luta contra homofobia, expressa na realização da 10° Parada da Cidadania LGBT de João Pessoa, que contou com a participação de 30 mil pessoas”, afirma Renan.
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