COTIDIANO
Líderes condenados
Sete dos acusados de comandar uma das maiores redes interestaduais do tráfico de drogas na Paraíba foram condenados.
Publicado em 17/08/2012 às 6:00
Pouco mais de 2 anos após uma ‘força tarefa’ composta pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e pelas polícias Civil e Federal ter desarticulado uma das maiores redes interestaduais do tráfico de drogas na Paraíba, a Justiça começou a dar um desfecho nas investigações e condenar alguns dos 62 acusados de participação no ‘esquema’.
A juíza da 2ª Vara da Comarca de Sapé, na Zona da Mata, Maria Aparecida Sarmento Gadelha, condenou por tráfico e associação ao tráfico de drogas sete dos acusados, alguns deles considerados os líderes do tráfico de entorpecentes no Estado.
Nos dois processos, segundo as sentenças 035.2010.001.491-5 e 035.2010.001.492-3, os grupos controlariam a comercialização ilegal de entorpecentes nos municípios de João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Mari, Baía da Traição e Sapé. Mas, em alguns casos os acusados comandariam de dentro dos presídios paraibanos uma organização criminosa com ramificações em toda a Paraíba.
Entre os chefes do tráfico investigados durante a Operação ‘Quark’ foram condenados Márcio Maciel dos Santos, conhecido como Neguinho Maciel (12 anos de reclusão e 1,7 mil dias-multa), Ricardo Cavalcanti Souto (12 anos de reclusão e 1,7 mil dias-multa) e Bereneide Costa Correia (5 anos de reclusão e 900 dias-multa). Também foram condenados por supostamente serem gerentes ou subordinados do esquema Antônio Cassiano da Silva (10 anos de reclusão e 1,2 mil dias-multa) e Luís José Cassemiro Filho (12 anos de reclusão e 1,7 mil dias-multa), Gif- ferson Will Medeiros Spinelly (4 anos e 6 meses de reclusão e 800 dias-multa), Maria Cristiane do Nascimento (4 anos e 6 meses de reclusão e 800 dias-multa).
Na sentença, a juíza destaca que os acusados manteriam uma ‘forte’ ligação com a aquisição e distribuição de cocaína, crack e armas, nas cidades onde mantinham o controle sob ‘bocas de fumo’ e utilizavam até mesmo crianças e adolescentes como soldados do tráfico. Além disso, a rede de traficantes teria construído ainda vários ‘escritórios do crime’, dentro dos presídios da capital paraibana e de cidades como Santa Rita, Guarabira, Sapé e Bayeux.
“A estrutura funciona perfeitamente bem. Usa o telefone celular como instrumento indispensável a sua atividade criminosa, longos diálogos são travados com fornecedores, gerentes e colaboradores do tráfico. É do interior do presídio que mantém contato com seu amigo e fornecedor de drogas Walter Cintra, residente no estado de Rondônia, para fazer encomenda de grandes quantidades de cocaína”, relata a sentença, ao analisar as investigações feitas pelo Ministério Público em torno da atuação de Márcio Maciel.
“O conjunto probatório demonstra inequivocamente que havia, nas cidades de Sapé, Guarabira, Mari, Santa Rita, Bayeux e João Pessoa, uma ação coordenada de pessoas previamente associadas para o fim de traficar drogas. Tratava-se de um grupo estável, permanente e organizado, no qual os partícipes exerciam papéis definidos”, discorreu a magistrada Maria Aparecida.
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