Mãe abandona filho em Solânea

Por decisão do juiz da comarca de Solânea, no Brejo paraibano, Ozenival dos Santos Costa, a jovem acusada de abandonar o filho com menos de 24 horas de vida em um matagal próximo ao quintal de sua residência, deverá ser encaminhada para o hospital do município, onde passará por uma avaliação médica.

Após o procedimento, será elaborado um laudo e a partir dos resultados dele é que a Justiça definirá se ela será ou não encaminhada a um presídio feminino do Estado.

Luzia Santos Valeriano, 18 anos, escondeu a gravidez da família e após o parto jogou o bebê em um terreno baldio por trás de sua casa. Mas, no mesmo dia, ela foi denunciada pela equipe médica que acompanhava a gestação.

De acordo com a Polícia Civil da cidade, a jovem vinha sendo acompanhada nos últimos meses no Hospital Polivalente de Solânea. Luzia Valeriano deu entrada no hospital apresentando sangramento, já após o nascimento do menino, o que levou os médicos a acionarem a polícia para localizar o recém-nascido.

De acordo com a escrivã Margarida, da Polícia Civil de Solânea, a criança foi encontrada por trás da residência da acusada, localizada no centro da cidade. A mulher recebeu alta no último domingo e está na carceragem da Polícia Civil de Solânea.
Devido à fragilidade que apresentava, a criança foi transferida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a Fundação Assistencial da Paraíba (FAP) de Campina Grande, onde se encontra na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. No hospital, o bebê já recebeu o nome de Vitório.

Segundo a médica Helenita Afonso, o bebê se encontra em estado de saúde regular, apesar de não ser descartado o risco de morte. “Ele apresenta problemas respiratórios, chegou com escoriações leves e sujeira de terra no corpo. Está na incubadora”, disse.

Conforme a Polícia Civil de Solânea, Luzia Santos Valeriano teria escondido a gravidez da família porque o pai seria um homem comprometido. Ela foi indiciada por abandono de incapaz e poderá cumprir até três anos de detenção no presídio feminino de João Pessoa. Caso a criança venha a falecer, a pena da jovem pode ser ampliada para reclusão de até 16 anos, por ter sido praticada contra descendente.