COTIDIANO
Mãe de paraibana encontrada morta em mala ganha guarda da neta
Corpo da paraibana Íris Bezerra foi encontrado dentro de mala em canal no Leblon. Preso em Pernambuco, ex-marido da vítima confessou o crime.
Publicado em 25/05/2010 às 8:11
Do G1
A Justiça concedeu nesta segunda-feira (24) a guarda provisória da filha de 2 anos de Íris Bezerra de Freitas , de 21 anos, morta pelo ex-marido, à avó materna da criança.
Segundo a defensora Simone Moreira, da Coordenadoria de Defesa da Criança e do Adolescente, a menina está com os avós paternos e deve ser entregue à Maria da Guia de Freitas (foto) na terça (25).
Mãe da vítima, Maria da Guia (foto) conseguiu a guarda após um pedido da Defensoria Pública do Rio de Janeiro.
De acordo com Simone Moreira, a avó deve retirar o termo de guarda na manhã de terça-feira. Ela se comprometeu em ficar com a menina no Rio de Janeiro enquanto durar o processo da guarda definitiva.
No dia 8 de maio, o corpo da paraibana Íris (foto) foi encontrado por funcionários da Rio Águas, órgão da prefeitura responsável pela limpeza do canal, na Avenida Visconde de Albuquerque, no Leblon, na Zona Sul. Segundo a polícia, o principal suspeito do crime, Rafael da Silva Lima, ex-marido da vítima, foi preso dez dias depois em Vitória de Santo Antão, a quase 50 quilômetros de Recife (PE).
Rafael estava escondido na casa de parentes. Ele desembarcou por volta das 20h15 de terça-feira (18) no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no subúrbio do Rio, escoltado por policiais e levado para a DH. De acordo com a polícia, Rafael confessou o crime na Divisão de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
"Fui eu. Coloquei o corpo lá (no canal) e fui embora com medo", disse na época Rafael da Silva Lima, ao ser apresentado à imprensa.
De acordo com o delegado-titular da DH, Felipe Ettore, Rafael vai ser enquadrado pelo crime de homicídio triplamente qualificado: por motivo fútil, impossibilidade de defesa da vítima e ocultação de cadáver. A pena prevista é de 12 a 30 anos de prisão.
Segundo Ettore, o pai de Rafael foi quem forneceu à polícia o endereço de onde o suspeito estava escondido. "O pai dele veio à delegacia e colaborou conosco", contou o delegado. Segundo ele, os policiais da DH também contaram com a ajuda da polícia de Pernambuco.
Ciúme foi o motivo do crime
Na Divisão de Homicídios, Rafael (foto) afirmou, na época, que matou a mulher porque ficou com ciúmes depois de flagrá-la com outro homem na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Ele contou que está arrependido. “Vou pagar pelo que fiz, pelo meu crime”, resignou-se. Em seguida, Rafael pediu desculpas à família de Íris. “Foi um ato de fúria, de raiva. Peço desculpas a toda família dela, à mãe dela, que é uma pessoa que me tratou muito bem", disse.
Segundo Rafael, antes do crime, o casal teria discutido e Íris teria debochado dele. Ele disse que não estava separado da mulher, e que os dois estariam apenas "dando um tempo". Rafael explicou que ficou temeroso e por isso escondeu o corpo na mala e deixou no canal. “Fiquei com medo. Estava com medo”, contou ele, que confessou ter agido sozinho, sem ajuda de ninguém.
Muito emocionada, Maria da Guia de Freitas, mãe de Íris, estava na DH. Ela contou que veio da Paraíba, onde mora, até o Rio porque queria olhar o rosto do assassino da sua filha e também pedir a guarda da neta, de 2 anos. “Eu seria a mulher mais feliz do mundo se ele fizesse a minha filha feliz. Eu o deixei trazer minha filha com 18 anos para cá (Rio)”, desabafou a mãe da vítima assassinada.
Imagens mostram suspeito no dia do crime
Imagens de câmeras de um prédio no Leblon mostram que, por volta das 6h30 de sábado (8), um homem caminha em direção à Avenida Visconde de Albuquerque, carregando uma mala preta. Horas depois, o corpo foi encontrado no canal, dentro de uma mala, a poucos metros da praia.
Íris Bezerra Freitas, que aparece em fotos com Rafael, foi morta a facadas. Segundo a polícia, os dois já não viviam mais juntos há um mês: “Ele já estaria insatisfeito com esse rompimento, então planejou tudo e executou a vitima”, disse o delegado Felipe Ettore.
Atualmente Rafael estava sem emprego. Íris trabalhava como operadora de caixa numa loja em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Colegas afirmam que o relacionamento dos dois não era bom. Ainda de acordo com o delegado, um dia antes de o corpo ser encontrado, uma amiga havia registrado o desaparecimento da jovem na 14ª DP (Leblon).
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