COTIDIANO
Mafioso italiano preso em João Pessoa resolve delatar segredos sobre o PCC e o Comando Vermelho
Vincenzo Pasquino foi preso em 24 de maio de 2021 num flat localizado no bairro de Tambaú. Ele está preso hoje em Roma.
Publicado em 26/07/2024 às 11:42
O mafioso italiano Vincenzo Pasquino decidiu contar às autoridades de seu país segredos das facções criminosas PCC e Comando Vermelho, de São Paulo e de Rio de Janeiro respectivamente, e o caso está chamando a atenção pelas consequências que essas revelações podem provocar. O detalhe é que Pasquino foi preso em João Pessoa no dia 24 de maio de 2021, num flat localizado no bairro de Tambaú.
Vincenzo Pasquino estava ao lado de Rocco Morabito quando foi preso. À época, Rocco era considerado o segundo homem mais procurado da Itália. Vicenzo também estava na lista dos 30 mais procurados. Ambos atuavam e tinham posição de liderança na máfia da Calábria, a ‘Ndrangheta, a mais poderosa da Itália.
Nas investigações, Vicenzo é visto como o maior intermediário do tráfico de cocaína da América do Sul para os clãs mafiosos da ‘Ndrangheta. Nessa atuação, ele tinha contato com as duas facções brasileiras. A expectativa é que ele revele detalhes de como funciona o tráfico internacional de entorpecentes.
O mafioso admitiu pela primeira vez envolvimento com a máfia e com ações criminosas no Brasil em novembro de 2023, quando esteve preso na penitenciária federal de Brasília e prestou depoimento às autoridades.
Pasquino foi extraditado para a Itália em março deste ano. Ele atualmente está preso em Roma.
Foi o procurador Giovanni Melillo, chefe da Direção Nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália, quem confirmou que o mafioso fechou um acordo de colaboração com a Justiça italiana. A Procuradoria-Geral da República (PGR) no Brasil vai auxiliar as autoridades italianas no processo, já que o as informações são de interesse também do país.
No jargão do Judiciário italiano, Pasquino agora se tornou um "pentito", ou um arrependido. É o equivalente, no Brasil, ao delator que fecha acordo de delação premiada. Ao contar o que sabe sobre o esquema criminoso, ele pode ter a pena reduzida.
Além de falar das facções brasileiras, Pasquino deve delatar também integrantes de três famílias da máfia italiana.
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