COTIDIANO
Mais segurança para Judiciário do Estado
Juízes que receberam ameaças de morte depois da operação Laços de Sangue planejam reforço na segurança.
Publicado em 09/11/2011 às 8:00
O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ) vai atuar em conjunto com a Secretaria Estadual de Segurança Pública para implementar um plano de segurança aos juízes de todo o Estado. A ação pretende garantir o reforço na proteção dos magistrados, principalmente do Sertão, que estão recebendo ameaças de mortes após terem decretado a prisão de 17 acusados de pistolagem detidos na operação ‘Laços de Sangue’, deflagrada em setembro deste ano pela Polícia Civil.
Entre as medidas anunciadas está o aumento nos investimentos em vigilância física e eletrônica nos fóruns, que também vão contar com reforço da Polícia Militar. Os detalhes do plano não foram divulgados para evitar vazamento de informações estratégicas. O anúncio do plano foi feito durante a sessão extraordinária do Pleno do Tribunal de Justiça realizada no Fórum Desembargador João Sérgio Maia, em Catolé do Rocha, no Sertão paraibano, na tarde da última segunda-feira.
A sessão foi secreta contando com a participação apenas das autoridades que atuarão no plano. No mês de outubro as autoridades também se reuniram no Sertão para discutir a força-tarefa de combate às ameaças contra ao Judiciário.
O presidente do TJ, desembargador Abraham Lincoln, ressaltou durante a abertura da sessão que o plano visa a assegurar o bom funcionamento dos trabalhos jurisdicionais e a segurança dos operadores do Direito, servidores dos fóruns e jurisdicionados. “Nós estamos adotando medidas para superar as deficiências”, garantiu Lincoln.
Juízes das comarcas de Catolé do Rocha e Patos, bem como os delegados regionais da Polícia Civil nos dois municípios, foram ameaçados de morte após o início da operação ‘Laços de Sangue’, que investigou e prendeu acusados de cometer mais de 95 assassinatos na região do Sertão em disputas familiares entre integrantes dos clãs Suassuna, Veras e Oliveira.
Também estiveram presentes representantes do Ministério Público da Paraíba (MP-PB), Secretaria de Segurança Pública, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação de Magistrados da Paraíba (MP-PB) e do comando da Polícia Militar.
“A contenção da criminalidade depende de uma atuação sistêmica, tanto do ponto de vista da prevenção, como da repressão. Neste sentido entram todos os atores: o Executivo, o Judiciário, Ministério Público, sistema prisional. Segurança pública não é responsabilidade apenas da Polícia, mas um dever e responsabilidade de todos”, afirmou o secretário Cláudio Lima, secretário de Segurança da Paraíba.
O comandante da PM, coronel Euler Chaves, afirmou que a polícia vai agir com força para combater a violência contra a Justiça. “Já determinamos ao comando do Batalhão que estabeleça reforços nas áreas, com policiamento nos fóruns, bem como o acompanhamento aos magistrados. Estamos oferecendo todo o apoio necessário para o exercício tranquilo da magistratura”, disse.
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