COTIDIANO
Malária rompe barreira amazônica e chega ao NE
Doença costuma ser comum na região amazônica. Foram registrados mais de 1,4 mil casos da doença no MA.
Publicado em 17/09/2008 às 9:34
Do G1
Este ano no Maranhão já foram registrados mais de 1,4 mil casos de malária. A doença, comum na região amazônica, chega agora ao litoral nordestino. Há sete dias, o pescador Júlio César Brito está com sintomas da doença: dores de cabeça, febre e frio.
A suspeita é que ele esteja com malária. Na comunidade rural onde ele mora, a dez quilômetros do centro de São Luís, já foram detectados 76 casos da doença. Outras 15 pessoas estão sob suspeita de terem contraído a malária e tiveram o sangue coletado para exame.
Os sintomas da malária só aparecem de 15 a 30 dias após a picada do mosquito transmissor da doença. No litoral maranhense, a predominância é do a anopheles aquasalis, mosquito típico de áreas com água salobra. Já na região pré-amazônica, onde está a maioria dos casos de malária no Estado, a incidência é do anopheles darlingi, considerado principal e o mais eficiente vetor da doença no Brasil.
“É o mosquito quem tem preferência pelo sangue humano, que se alimenta mais dentro de casa, de maior longevidade e que sempre está em alta densidade”, explicou Elizaudo Costa, técnico em entomologia da Funasa.
A falta de esclarecimento e a dificuldade de acesso à saúde pública, muitas vezes, retarda o início do tratamento.
Em São Luís, de acordo com a vigilância epidemiológica, quarenta e seis casos de malária foram importados de outros municípios maranhenses, de Estados como o Paraná e até mesmo de outros países como o Suriname e a Guiana Francesa, considerados áreas de risco.
De casa em casa, os agentes fazem a borrifação de inseticida para combater o mosquito vetor da malária. Nos laboratórios, a vigilância epidemiológica tenta apressar o diagnóstico da doença para evitar uma epidemia.
"Em 84% de todos os casos positivos para a doença, o tratamento foi iniciado 24 horas do diagnóstico laboratorial”, falou Nilza Medeiros, superintendente da Vigilância Epidemiológica.
Mas quem está doente reclama da demora no resultado do exame. “Está com sete dias hoje que eu espero o resultado e ainda não chegou”, contou Raquel Alves, empregada doméstica.
Num gesto solidário, a comerciante Eunice Araújo fez de sua mercearia, no meio do povoado, o ponto de coleta de sangue. “Resolvi ajudar porque é morador da comunidade. Então, a gente vai ajudando no que a gente puder”, concluiu.
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