COTIDIANO
Manifestações na Síria matam 36 opositores
Manifestantes pediam que Assad deixasse o poder e queriam proteção internacional depois que Otan anunciou o fim de sua missão na Líbia.
Publicado em 29/10/2011 às 8:00
Forças sírias entraram em confrontos com manifestantes opositores ao regime de Bashar Assad e mataram ao menos 36 pessoas ontem, quando abriram fogo em protestos espalhados pelo país, segundo testemunhas e organizações de direitos humanos. Os manifestantes pediam que Assad deixasse o poder e queriam proteção internacional depois que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar do Ocidente, anunciou o fim de sua missão na Líbia, fundamental para derrubar Muammar Khadafi, morto no último dia 20.
Opositores do ditador querem que a Organização das Nações Unidas (ONU) aceite bloquear voos em algumas zonas, como foi feito na Líbia. A Comissão Geral da Revolução Síria disse que a maior parte das mortes foi nas cidades de Hama, no norte, e Homs, no centro. Os dois locais acolhem os maiores protestos contra o regime de Assad.
Protestos similares surgiram em toda a Síria depois das orações semanais, disseram os ativistas, acrescentando que eles ganharam novo fôlego após a morte de Khadafi. Forças de segurança cercaram mesquitas e realizaram prisões, de acordo com o Observatório dos Direitos Humanos Sírio.
A ONU estima que mais de 3.000 pessoas, a maioria civis, já foram mortos durante a repressão das forças sírias desde o início dos protestos, em março.
A agência oficial de notícias "Sana" informou, por sua vez, que milhares de pessoas se reuniram na cidade litorânea de Latakia, no noroeste sírio, em rejeição à intromissão estrangeira. O regime de Assad considera que os opositores são integrantes de grupos armados que buscam desestabilizar o país com apoio do exterior, e nega as críticas internacionais pedindo que seu regime interrompa a repressão violenta contra os civis.
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