COTIDIANO
Marcos Valério nega ter tentado corromper policiais
Articulador do mensalão negou ter atuado em uma negociação para corromper policiais federais e favorecer a Cervejaria Petrópolis, que produz a cerveja Itaipava.
Publicado em 11/10/2008 às 18:49
G1
Em depoimento à Polícia Federal, Marcos Valério, acusado de ser o articulador do esquema do mensalão e pelo qual está sendo processado no Supremo Tribunal Federal, negou ter atuado em uma negociação para corromper policiais federais e favorecer a Cervejaria Petrópolis, que produz a cerveja Itaipava, segundo informações de seu advogado, Marcelo Leonardo.
Valério foi preso na sexta (10) em Belo Horizonte (MG) na Operação Avalanche, que prendeu outras 16 pessoas. Ele foi transferido para a Superintendência da PF em São Paulo na sexta à noite, onde começou a ser ouvido por volta das 22h. Segundo seu advogado, o depoimento terminou a 1h30 deste sábado (11).
Segundo a PF, Marcos Valério e seu sócio, Rogério Tolentino, que também foi preso, teriam intermediado encontros entre advogados e policiais federais para que fosse aberto um inquérito contra fiscais da receita que multaram a Cervejaria Petrópolis em R$ 104.540.220,00 por sonegação de impostos. A intenção, de acordo com a investigação, era prejudicar os fiscais.
O advogado Marcelo Leonardo diz que Valério não conhece os policiais e que os advogados citados na investigação apenas foram indicados por ele para prestar assessoria jurídica à cervejaria.
Segundo o advogado, Valério tem uma relação de amizade com o dono da cervejaria e estava trabalhando para a empresa na busca de um imóvel para instalação de uma unidade em Minas Gerais.
"Ele teve contatos e procurou dirigentes lá [em Minas Gerais] exclusivamente em relação a esse assunto. Como ele conversou com algumas pessoas pelo telefone e essas pessoas estavam grampeadas, ele acabou sendo envolvido no fato para esclarecer", disse.
O advogado disse que irá aguardar até terça-feira (14), quando vence o prazo para prisão temporária, para decidir que providências tomará em relação ao inquérito, ao qual diz ainda não ter tido acesso.
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