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COTIDIANO

Médico e outros quatro são indiciados por vender cirurgias do SUS

Esquema de venda de cirurgias que deveriam ser pagas pelo SUS foi investigado durante cinco meses. Cinco pessoas foram indiciados pelos crimes de concussão e formação de quadrilha.

Publicado em 31/08/2011 às 10:37

João Paulo Medeiros

Pouco mais de cinco meses depois de deflagrada a ‘Operação Hipócrates’ pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), em parceria com o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, a ‘força tarefa’ concluiu o inquérito que apurou a atuação de cinco acusados de envolvimento em um suposto esquema de venda de cirurgias do Sistema Único de Saúde (SUS) em Campina Grande, que ficou conhecido como ‘Máfia das Cirurgias’.

No relatório final, apresentado ao Ministério Público, a Polícia Civil indiciou os cinco acusados de integrarem o grupo pela suposta prática de concussão e formação de quadrilha. Durante as investigações foram colhidos os depoimentos de mais de 20 pessoas. Na maior parte dos casos, segundo a polícia, as vítimas eram pacientes humildes de Campina Grande e de cidades circunvizinhas, que precisam se deslocar para os hospitais Pedro I e Regional à procura de atendimento médico.

O suposto ‘esquema’ teria início, na maioria das vezes, no Hospital Regional, onde as supostas vítimas eram abordadas e encaminhadas para o médico. Depois de encaminhado ao Ministério Público, que vai decidir se denuncia ou não os acusados, o inquérito policial deverá ser apresentado à Justiça.

“Nosso trabalho nós realizamos e enviamos o procedimento para o Ministério Público. Todo o trabalho foi feito de forma criteriosa. Ouvimos várias pessoas e tivemos o cuidado de apurar as denúncias com seriedade”, lembrou o delegado Jean Francisco Nunes, que esteve à frente das investigações.

O médico Godofredo Nascimento Borborema (foto ao lado), a técnica de enfermagem Maria José Jordão, a recepcionista Eliane Dantas, o gerente do seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) José Ismar de Lima, e o motorista José de Anchieta Pessoa de Oliveira foram indiciados pelos crimes de concussão e formação de quadrilha.

No caso do médico Godofredo Borborema, ele já havia sido condenado por concussão a dois anos de reclusão, em regime aberto, no ano de 2008 .

Os advogados de todos os acusados, ouvidos pelo Jornal da Paraíba, negaram a existência dos crimes e se disseram tranquilos diante das acusações.

Imagem

Jornal da Paraíba

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