COTIDIANO
Moedas de 1 centavo custam 9 vezes mais do que valem
Banco Central gasta 10 centavos para fabricar moedinha de 1 centavo. No comércio o troco é ignorado é geralmente ignorado.
Publicado em 06/11/2010 às 10:13
Do G1
As moedinhas de um centavo andam sumidas e já foram esquecidas por muitos. Elas provocam reclamações e atritos entre consumidores e comerciantes, que, para tornarem os preços mais atraentes, evitam os valores cheios, com finais em cinco ou zero. Na hora do troco, as moedas não aparecem, ou se transformam em bala, chiclete ou são, simplesmente, ignoradas pelos caixas.
O Banco Central garante que vem encomendando moedas de R$ 0,01, mas os custos de produção, conforme mostram o gráfico ao lado, indicam que elas não são um bom negócio: as moedinhas custam nove vezes mais do que valem. Oficialmente, haveria mais 3,9 milhões delas em circulação, segundo informava o site do BC na semana passada.
A orientação do Procon
O Procon, órgão de defesa do consumidor, estabelece que, no caso da falta de moedas, o comércio sempre deve dar o troco a mais, nunca a menos. A advogada do órgão, Camile Felix Linhares, fala da importância de exigir esse direito. “Talvez o cliente pense que um ou dois centavos, só para ele, é pouco. Mas, para o fornecedor ou para o comerciante, não é: quanto ele está lucrando ao final de uma semana, um mês ou um ano?”.
O gerente de uma padaria, no Centro do Rio, diz que segue a recomendação do Procon ao dar o troco a mais e procura pôr preços mais arredondados. Mas o pãozinho e outros produtos são vendidos a peso, e ele diz que tem prejuízo em dias de grande movimento.
"A gente chega a perder até R$ 30 por causa da falta da moeda que o banco diz que tem, mas não tem", protesta Valdoires Barbosa de Oliveira.
Posição do BC
O Banco Central informa que produz as moedas de um centavo de acordo com o pedido dos bancos. Ainda segundo o BC, as cerca de 3,9 milhões de moedas atualmente em circulação são suficientes para atender à necessidade do comércio de todo o país.
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