COTIDIANO
Morre o Nobel de literatura britânico Harold Pinter
Dramaturgo britânico tinha 78 anos e sofria de câncer no fígado.
Publicado em 25/12/2008 às 17:36
Do G1
Foi anunciado nesta quinta-feira (25) que o dramaturgo britânico Harold Pinter morreu na véspera de Natal, aos 78 anos. Ele sofria de câncer no fígado.
Considerado o maior dramaturgo da atualidade na Grã-Bretanha, Pinter foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, em 2005.
Nascido em um bairro do leste de Londres e filho de um alfaiate, ele escreveu mais de 30 peças de teatro, entre elas "Festa de Aniversário", "A Volta ao Lar" e "O Porteiro".
Seu estilo marcante, com longas pausas entremeando os diálogos, mereceu até um vocábulo no dicionário Oxford da língua inglesa: o adjetivo "Pinteresque" ("Pinteresco", em tradução livre).
Direitos humanos
Pinter também atuou como ator, diretor teatral e roteirista de cinema. Entre suas obras mais conhecidas está o filme "A Mulher do Tenente Francês". Em 2007, ele participou do roteiro e do elenco de "Um Jogo de Vida ou Morte", ao lado de Jude Law e Michael Caine.
O dramaturgo também era conhecido por sua participação em campanhas pela defesa dos direitos humanos.
Ele um crítico ferrenho das políticas públicas da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e do ex-presidente dos EUA Ronald Reagan.
Em entrevista à BBC em fevereiro de 2005, antes de ganhar o Nobel, Pinter disse que havia desistido de escrever peças de teatro e que se concentraria em outras formas de literatura, principalmente poesia.
"Minhas energias estão indo em direções diferentes, certamente para a poesia", disse. "Mas, também nos últimos anos eu fiz vários discursos políticos em vários lugares e cerimônias."
"Estou usando muita energia, mais especificamente em situações políticas que, eu acho, são muito preocupantes do jeito que as coisas estão."
Em 2003, Pinter publicou um livro de poesia antiguerra, intitulado "War" ("Guerra", em tradução livre). A obra, que critica a guerra no Iraque, deu a ele o prêmio Wilfred Owen, que leva esse nome em homenagem ao poeta que morreu na Primeira Guerra Mundial.
Um ano antes, ele havia sido submetido a um tratamento de radioterapia para um câncer no esôfago, e chegou a anunciar que estava "em franca recuperação".
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