COTIDIANO
Morte de irmãs choca população de João Pessoa
A suspeita inicial era de que as crianças teriam sido vítimas de violência sexual, supostamente tendo como principal suspeito o pai das meninas, que chegou a ser detido pela polícia.
Publicado em 12/11/2011 às 8:00
A morte de duas crianças, uma de 1 ano e 3 meses e outra de 2 anos e 6 meses, moradoras do bairro Paratibe, em João Pessoa, chocou a população. A suspeita inicial era de que as crianças teriam sido vítimas de violência sexual, supostamente tendo como principal suspeito o pai das meninas, que chegou a ser detido pela polícia.
Mas, no final da manhã de ontem, o laudo inicial do Instituto de Polícia Científica (IPC) apontou que a criança de 2 anos pode ter sido vítima de envenenamento, possivelmente, ao ingerir uma planta. À tarde, o laudo da menina mais nova também foi semelhante. Após a divulgação dos laudos periciais, o pai foi liberado.
As crianças foram internadas na última quinta-feira apresentando sintomas de hemorragia interna. A criança mais velha, a primeira ser levada para a unidade de tratamento, não resistiu e faleceu por volta das 19h30 ainda no dia em que foi internada no Hospital de Emergência e Trauma. Já o bebê de um ano veio a óbito na manhã de ontem, em um hospital particular da capital. Com base em laudos médicos emitidos pelos hospitais, a suspeita inicial da polícia era de que as meninas tivessem sido vítimas de estupro, mas o laudo do IPC descartou a hipótese.
O pai das meninas, Kaio Felipe Araújo da Silva, de 23 anos, chegou a ser detido e teve que ser transferido para a Central de Polícia por correr o risco de ser linchado. Durante a transferência, ele chegou a receber ameaças de morte de algumas pessoas.
Sempre que interrogado sobre a violência sexual que as filhas haviam sofrido, ele afirmava não entender o que havia acontecido.
“Eu não fiz nada com as minhas filhas. Eu amo as minhas crianças e não consigo entender o que aconteceu. Elas ficaram todo o tempo comigo em casa, eu só me distrai por 20 minutos enquanto elas estavam no terraço. Vou fazer exame e comprovar que não abusei das minhas filhas,” afirmou Kaio. Ele já cumpriu pena por assalto e está em liberdade condicional há 3 meses.
Apesar da negativa, os indícios do laudo emitido pelo Hospital de Emergência e Trauma indicavam o abuso sexual. Até mesmo o boletim de atendimentos diários emitidos pela unidade hospitalar, afirmou que a menina de 2 anos foi internada vítima de agressão. Mas, o laudo do hospital foi descartado, após exames realizados por peritos do IPC.
As crianças ficaram sozinhas com o pai para que a mãe, Suziane Neves Rodrigues fosse receber o pagamento de um benefício do governo. Ao retornar para casa, ela encontrou as filhas dormindo e achou estranho. Conforme a delegada Joana D’Arc, após a mulher tentar acordar a filha de 2 anos, percebeu que ela sentia fortes dores e decidiu levá-la até o hospital. “Tudo vai ser apurado e serão realizados outros exames,” explicou a delegada Joana D’Arc. (Colaborou Luzia Santos)
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